Serão incluídos mais 6.080 alunos neste segundo semestre. Escolas recebem orientações com modificações no currículo e carga horária
A Secretaria de Estado de Educação (SEE) autorizou a abertura de 152 novas turmas para o Curso Normal nas escolas estaduais para este segundo semestre, a partir deste mês.
A decisão tem como objetivo atender as demandas de universalização da Educação Infantil (Meta número 1 do Plano Nacional de Educação – PNE) e promover uma base curricular para os formandos no estado.
O Curso Normal em Nível Médio ofertado pela SEE é voltado para a formação de professores para atuarem na docência da Educação Infantil.
Segundo Rosely Lima, da Diretoria de Apoio à Educação Infantil da SEE, responsável pela coordenação do Curso Normal, a partir deste mês 512 escolas estarão atendendo a 26 mil alunos nessa modalidade.
“Criamos o cargo de coordenador do Curso Normal, que coordenará todas as disciplinas e professores, incluindo a prática de formação”, diz Rosely.
O coordenador da Prática de Formação, que atua no estágio e atividades complementares, passará de uma carga de 5 módulos/aula para 2 módulos/aula, por turma. “Antes tínhamos um professor com disponibilidade de 5h/aula para atender aos alunos (todas as turmas) e cuidar de todas as atividades da prática de formação, independentemente do número de turmas de Curso Normal que a escola atendia”, explica Rosely.
As escolas estão recebendo orientações para que os alunos possam cumprir a carga horária de 800 horas de Prática de Formação, incluídas 300 horas obrigatórias em estágio nas instituições de educação infantil, exigências que, segundo Rosely, seriam uma das causas de elevado número de evasão no Curso Normal.
“Essa carga horária, em muitos casos, provocava o abandono por alunos que trabalhavam e percebiam, no decorrer do curso, que não conseguiriam cumpri-la”, explica Rosely.
A secretaria encaminhou às Superintendências Regionais de Ensino (SREs) e escolas as orientações pedagógicas mais claras e específicas, indicando outras possibilidades de atividades que poderão ser desenvolvidas em cumprimento das exigências do Ministério da Educação (MEC).
As outras 500 horas da Prática de Ensino Orientado podem ser de atividades tais como: oficinas pedagógicas, atividades culturais, seminários, cursos a distância (EAD), palestras.
Houve alterações também no currículo. “Tínhamos algumas disciplinas que pouco contribuíam na formação do profissional da Educação Infantil e, algumas delas já vistas no ensino médio”, pontua Rosely.
Essas disciplinas foram substituídas mantendo como base uma organização curricular pensada a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil de 2009 e coordenadas com práticas de formação, seguindo a Base Comum Curricular (BCC) para a Educação infantil, que propõe um trabalho na educação infantil a partir de campos de experiência em contraponto às metodologias de áreas ou disciplinas antes utilizadas.
“A partir de nossa experiência com Educação Infantil e com o auxílio de alguns especialistas, fizemos um novo desenho de currículo que atende melhor ao profissional em formação no que se refere à arte, música, literatura, que fazem parte do universo infantil”, conclui Rosely.
Para participar do curso, é necessário que o interessado atue em creches e pré-escolas sem habilitação; seja aluno egresso do ensino médio ou que ainda esteja cursando este nível de ensino; ou o profissional com formação em nível superior e sem habilitação para docência na Educação Infantil. O curso tem duração de três semestres letivos.