A temporada 2017 vai chegando ao fim para Cruzeiro e Atlético e alguns números, fora das quatro linhas, impressionam. Um deles é o valor de direito de televisionamento da Série A, recebido por Raposa e Galo, que rendeu R$ 60 milhões para cada. Esta quantia, inclusive, é maior do que ambos arrecadaram nas últimas cinco edições do Campeonato Brasileiro.
Nas últimas cinco temporadas, a arrecadação líquida do Cruzeiro na Série A, lembrando que o clube foi bicampeão em 2013 e 2014, foi de R$ 48.263.217,50. O Atlético, que nessas temporadas teve como melhor desempenho o vice-campeonato de 2015, arrecadou líquido R$ 19.954.030,40.
“A fatia do bolo que os clubes arrecadam no ano é sempre maior da TV porque as ações de marketing não são bem exploradas ou o mercado publicitário, das empresas, não está maduro o suficiente para trabalhar com um clube de futebol. Se você pegar na Europa, a fatia é diferente, pois é trabalhado melhor o poder comercial de marketing e isso envolve até a arrecadação de estádio. A frequência do torcedor brasileiro ainda é baixa”, analisa Felipe Gomiero, gerente comercial da Wolff Sports.
Para Amir Somoggi, administrador e consultor de gestão e marketing esportivo, a saída para se tentar equilibrar as receitas é buscar a fidelização do torcedor.
“Um dos pontos fundamentais para você encher o estádio é vender antecipadamente, o que nenhum clube brasileiro consegue, como acontece na Europa, quando são criados os carnês para a temporada ou para as competições”, garante Somoggi.
No total, os direitos de televisionamento apenas da Série A, desde 2013, rendeu a Atlético e Cruzeiro, que recebem valores iguais, cerca de R$ 250 milhões.
Isso equivale a mais de cinco vezes o que o Cruzeiro arrecadou no período com a presença da sua torcida no estádio. Em relação ao Atlético, é quase 13 vezes que a renda líquida total do clube.