Durval Ângelo- Deputado estadual pelo PT e líder de governo na ALMG
Parece mesmo não ter fim o desmonte promovido pelo governo ilegítimo de Michel Temer. E a cada dia fica mais evidente que seu principal alvo é o trabalhador. Medidas como o congelamento dos gastos públicos, o corte de direitos trabalhistas e a destruição da Previdência são, ao que tudo indica, somente o ponto de partida de um “projeto” maior para um Estado cada vez mais “mínimo”.
A última desse “desgoverno” atinge diretamente a população de Belo Horizonte. Conforme noticiou este jornal, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) pretende reduzir a operação do metrô na capital. A previsão é a de que, a partir de março, o serviço funcione apenas nos horários de pico. A redução se deve a um corte de nada menos que 42% no Orçamento da CBTU para 2018.
Inacreditável! Um serviço que, há muito, deveria ter sido ampliado, caminha agora para a extinção. Mas por que isso importaria ao presidente? Afinal, não são banqueiros nem empresários, juízes, ministros ou parlamentares que se servem desse importante transporte público. São “somente” trabalhadores pobres. “E esses nada interferem, desde que mantidos devidamente ‘bem-informados’ pela mídia aliada”, acredita. Não se iluda, senhor presidente! As máscaras estão caindo, e a reação não demora a vir.
Lamentavelmente, alguns sem escrúpulos não hesitam em usar eleitoralmente essa triste notícia, na tentativa ridícula de jogar a culpa nas costas do atual governo de Minas. Será que não percebem estar em jogo um serviço essencial para uma parcela da população que, com o metrô, já leva horas para chegar ao trabalho? Imagine sem ele!
O momento é de união. Pelo menos entre aqueles que, de fato, se preocupam com as pessoas. O governador Fernando Pimentel já “deu o grito” e avisou que Minas não aceitará esse absurdo. Ele pretende se unir ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, para ir a Brasília cobrar de Temer que reverta essa medida descabida.
É bom esclarecer que a gestão do metrô é feita pelo governo federal, por meio da CBTU, e há tempos Pimentel cobra a transferência da operação para o Estado, conforme prevê uma lei federal de 2001. Em março de 2016, o governo de Minas propôs, pela primeira vez, a transferência completa dos ativos, condicionada ao repasse dos recursos para as obras de expansão e as melhorias já projetadas. Não obteve resposta.
Por sinal, o Estado fez a parte que lhe cabia para a ampliação do metrô, apresentando estudos e projetos. Em maio de 2017, encaminhou ao Ministério das Cidades proposta para a descentralização do transporte para a Metrominas. Ela incluía a expansão da Linha 1 do Vilarinho até o Novo Eldorado (Contagem), a extensão até a Avenida João César de Oliveira e a ampliação do trecho Barreiro-Nova Suíça (Linha 2). Também foi concluído o projeto do trecho Lagoinha-Savassi (Linha 3). Já o da Linha 4, até Betim, encontra-se em fase de conclusão. Mas, de novo, o governo de Minas não obteve resposta.
Descaso. Essa é a palavra que melhor define a postura do governo Temer. Descaso com a população. Descaso com Minas Gerais.