Fevereiro de 2018 – Mais da metade dos homens brasileiros desconhecem o fato de que, com o passar dos anos, ocorre uma que da na produção do hormônio masculino, a testosterona, levando a sintomas como sensação de cansaço, depressão, alterações no humor, perda de massa muscular e o aumento da gordura corporal – principalmente no abdômen – além de disfunções sexuais. A constatação foi feita por meio de estudo da Sociedade Brasileira de Urologia. Na pesquisa, foram ouvidos 3,2 mil homens em oito capitais. Entre os entrevistados, 51% disseram nunca ter ido ao médico, 30% atribuíram os sintomas da andropausa ao excesso de trabalho e ao estresse do dia a dia, e 68% disseram não saber a diferença entre terapia de reposição hormonal e o uso de estimulante sexual.
O consumo de hormônios para alterar o corpo é um comportamento que tem se tornado atrativo. É uma prática antiga e que somente agora veio à tona de forma clara, mas faltam informações básicas.
Não precisa ir muito distante para entender, sempre se ouviu falar em reposição hormonal, um tratamento comum entre as mulheres, já entre os homens um tabu, muitos não sabem nem o que significa andropausa, muito menos como trata-la, disfunção que também é tratada por meio de hormônios, com orientação médica. Mas se falarmos em testosterona para crescimento muscular e tratamento estético, certeza de que muitos conhecem e usam de forma totalmente indevida.
A testosterona é encontrada no corpo dos homens e mulheres, mas os homens têm cerca de 10 a 15 vezes mais testosterona. Assim como outros andrógenos, o hormônio é mais famoso pelos seus efeitos nas características sexuais. Simplificando, a testosterona é o hormônio que representa as características masculinas.
“Ela estimula o crescimento do órgão genital masculino e é fator decisivo na produção de esperma, fortalece cordas vocais, aumenta a taxa de crescimento de pelos faciais e corporais, causa impactos no corpo, controla a distribuição de gordura, e simplesmente faz os homens mais viris, porém somente deve ser administrado com prescrição medica”, conta o andrologista e cirurgião vascular e presidente do Instituto Paulista, Dr. Carlos Araujo Pinto.
A Testosterona age desde o nosso couro cabeludo, até as pontas dos dedos do pé. Ela é uma hormona esteroide de 19 carbonos produzidos principalmente pelas células de Leydig dos testículos (nos homens) e os ovários (em mulheres). E pequenas quantidades são produzidas nas glândulas supra-renais de ambos os sexos.
Segundo o especialista, a testosterona (hormônio mais utilizado) em excesso pode sobrecarregar as funções do fígado e até provocar o desenvolvimento de câncer. “Os medicamentos compostos por hormônios só podem ser consumidos com receita e acompanhamento médico, embora seja comum a automedicação, o que é, de fato, muito perigoso”, alerta. Ainda ressalta uma questão muito importante, as alterações no corpo são definitivas, mesmo após a suspensão das substâncias.
O uso da testosterona sem prescrição médica preocupa cada vez mais a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Para a entidade a estimativa é de o consumo indiscriminado nesse hormônio tenha aumento até 100 vezes nos últimos 30 anos e chama atenção para os problemas que o consumo sem acompanhamento médico pode causar.
Os hormônios, explica Dr. Araujo, são substancias fabricadas pelo sistema endócrino (conjunto de glândulas) e que ajudam a sinalizar funções especificas. São fundamentais para o correto funcionamento do corpo e, caso a produção seja acima ou abaixo do necessário do necessário, ocorre a disfunção hormonal. “A reposição é indicada para os homens e mulheres e para os transexuais, porém sempre com acompanhamento médico.
Testosterona baixa é algo mais comum do que se imagina
Vários fatores podem influenciar nos baixos níveis de testosterona. Eles vão desde a alimentação ao estilo de vida, consumo de produtos que usam embalagens com bisfenol, própria genética, entre outros.
Hoje em dia os homens, em geral, estão com níveis de testosterona mais baixos que as gerações anteriores.
Alguns sintomas podem indicar a falta de testosterona
- Perda de massa óssea e aumento do risco de fraturas
- Perda de força
- Dificuldade em Ganhar massa muscular magra
- Ganho de Gordura corporal com facilidade
- Diminuição do apetite sexual (libido)
- Redução da fertilidade
- Sensação de fadiga
- Aumento da resistência à insulina e do risco de diabetes
- Depressão
- Irritabilidade
- Comprometimento das funções cognitivas
- Dificuldade de ereção
- Diminuição do volume de sêmen
- Alteração de humor
- Diminuição da Produção de glóbulos vermelhos