Uma negociação realizada em redes sociais por pouco não terminou com a venda clandestina de um bebê, nascido em Contagem.
De acordo com a Polícia Militar, o caso foi descoberto quando um dos suspeitos, Adriano Teixeira, chegou a Maternidade Municipal de Contagem, na Avenida João César de Oliveira, e se identificou como pai da criança. A jovem, de 24 anos, disse que ele não era o pai da criança. E confessou que havia negociado a venda do filho. Mais tarde, se disse arrependida. O hospital já vinha estranhando a situação da mulher, que chegou à maternidade sem roupas e utensílios para o bebê.
A mulher, que recebeu alta do Hospital Municipal de Contagem no início da tarde desta quarta-feira (7), foi ouvida informalmente pelo Delegado Regional de Contagem, Cristiano Xavier, ainda na unidade de saúde.
Para a polícia, a mãe do bebê disse que conheceu o casal na internet e que pretendia dar a criança por ser uma gravidez indesejada. “Ela relatou que é natural da cidade de Coração de Jesus (Norte de Minas) e que veio para a capital na tentativa de esconder a gravidez de parentes, mas acabou conhecendo um casal em uma rede social que estaria com intenção de adotar uma criança. Ela relatou ainda que, durante a gravidez, o casal teria custeado sua permanência em Contagem, além de todo o amparo médico até o nascimento do bebê”, relata o delegado regional de Contagem, Cristiano Xavier.
Pouco tempo antes do parto, a jovem avisou ao casal, que veio para Minas Gerais buscar a criança. “No momento da entrega, ela disse que se arrependeu e que eles a ameaçaram, foi quando mãe do bebê pediu a presença da assistente social da unidade de saúde e PM foi acionada”, detalha o delegado.
O quarteto, que é natural do Rio de Janeiro, também foi ouvido de pelo delegado. Para polícia, eles afirmam que “se sensibilizaram com a história da mulher” e que estavam pretendendo apenas ajudar. “Há muitas contradições no caso, que agora vamos averiguar. Há suspeita de que se trate de um grupo criminoso de comércio ilegal de bebês”, complementa o delegado Cristiano Xavier.
A mãe do bebê e as quatro pessoas foram presas em flagrante e encaminhadas para a Delegacia Regional de Contagem. O bebê, que não teve o sexo divulgado pela polícia, permanece no hospital. O Conselho Tutelar da cidade também acompanha o caso. Ainda de acordo com a Polícia Civil, o grupo pode responder por comércio ilegal de bebês e formação de quadrilha.