Está preso preventivamente o pastor Wilson Jorge Ferreira, apontado pela Polícia Civil como autor de uma série de crimes sexuais contra mulheres frequentadoras da Igreja do Evangelho Quadrangular, que fica no Bairro Salgado Filho, Oeste de Belo Horizonte.
Relatos iniciais que constam no inquérito apontam que ele teria feito mais de 10 vítimas, praticando diversos abusos desde beijos no pescoço, lambidas nas orelhas e toques por todo o corpo das mulheres. Wilson foi preso em casa, no Bairro Novo Eldorado, em Contagem, e será levado ao presídio José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves.
Há um caso, inclusive, de uma menor de idade que teria sido abusada durante quatro anos, quando tinha entre 12 e 16 anos. Segundo a delegada Larissa Mascotte, que coordena as investigações, ele se aproveitava de sua posição de pastor para desqualificar possíveis denúncias e também zombava das vítimas.
“Ele falava que tinha muitos amigos que eram policiais, autoridades, político e por isso ele ficaria impune. Falava que era muito influente e as vítimas ficavam com medo de enfrentá-lo. Ele também começava a desacreditar as vítimas perante aos cultos e perante aos outros fiéis da igreja”, afirma a delegada.
Os crimes aconteciam na maioria das vezes nas dependências da igreja, mas também há relatos de abusos durante caronas que o pastor oferecia às fiéis.
Há relatos de duas vítimas que o pastor andava armado para amedrontar as mulheres, mas a Polícia Civil ainda não encontrou nenhuma arma que possa ter sido usada nos crimes. Ainda conforme a delegada, o ‘maníaco da orelha’ agia há cerca de pelo menos 10 anos. Outros dois pastores foram intimados a prestar esclarecimentos. A polícia suspeita que um deles acobertava os atos do colega.
Ao ser apresentado pela Polícia Civil na Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual, o pastor se negou a responder as perguntas dos jornalistas. Para a Polícia Civil ele negou todas as acusações. “Com certeza ele se aproveitava do cargo para cometer os delitos. Ele negou todos os fatos, fala que a relação com todas as vítimas era de pai para filha ou de pastor para ovelha”, completa a delegada Larissa Mascotte.