Depois de levar “não” de Zé Ricardo, ex-Flamengo e Vasco e que recebeu sondagem do mundo árabe, o América escolheu o diretor de futebol Ricardo Drubscky para comandar o time na sequência da Série A do Campeonato Brasileiro. Ele substituirá Enderson Moreira, que acertou com o Bahia. O Coelho ocupa o 13º lugar na Série A, com 14 pontos, e enfrentará o Cruzeiro no dia 19 de julho (quinta-feira), às 19h30, no Mineirão, pela 13ª rodada.
Ao justificar a decisão, o presidente americano Marcus Salum ressaltou que Drubscky conhece bem o grupo de jogadores, já que trabalhou na busca por contratações enquanto ocupava o cargo diretivo, e terá total capacidade de fazer a equipe apresentar um futebol de qualidade. A tese defendida pelo mandatário do Coelho tem fundamento, uma vez que um profissional de fora poderia demandar mais tempo para compreender o perfil do elenco e, por consequência, amargar maus resultados.
Em compensação, o novo treinador do América lidará com um histórico recente não muito favorável. Conforme os dados da própria ficha técnica divulgada no site oficial do Coelho nessa quarta-feira, Drubscky acumulou trabalhos ‘relâmpagos’ em seus cinco últimos clubes: Vitória, Fluminense, Osasco Audax-SP, Tupi e Anápolis-GO. Nesses episódios, o contrato foi rompido em no máximo quatro meses.
A passagem pelo Fluminense, por exemplo, foi iniciada em 24 de março de 2015 e encerrada menos de dois meses depois, em 20 de maio. O retrospecto geral até era razoável – cinco vitórias e três derrotas, com pouco mais de 62,5% de aproveitamento –, mas a eliminação na semifinal do Campeonato Carioca para o Botafogo e a derrota por 4 a 1 diante do Atlético na segunda rodada da Série A foram determinantes na tomada de decisão por parte do então diretor-executivo do Tricolor, Fernando Simone.
Em 2016, Ricardo Drubscky treinou o Tupi em grande parte do Campeonato Mineiro, alcançando a nona colocação na primeira fase (13 pontos), e no começo da Série B, cuja campanha foi muito ruim e culminou com sua demissão após sete rodadas (uma vitória e seis derrotas). Essa passagem pela equipe de Juiz de Fora durou apenas quatro meses.
No segundo semestre de 2016, o treinador acertou com o Anápolis-GO para a disputa da Série D. A competição já estava em andamento, e o time goiano necessitava de duas vitórias para se classificar à segunda fase. E conseguiu. Os triunfos por 1 a 0 sobre Luziânia e 2 a 0 diante do Sinop colocaram o Anápolis no mata-mata. Drubscky levou a equipe à terceira fase (oitavas de final), até ser parado pelo Volta Redonda-RJ, que ganhou o confronto eliminatório e veio, posteriormente, a ser campeão da quarta divisão nacional.
Antes das passagens meteóricas por esses clubes, Ricardo Drubscky conseguiu boas campanhas em outras agremiações. No Brasileiro de 2014, o Goiás comandado por ele conseguiu a 12ª colocação, com 47 pontos (13 vitórias, 8 empates e 17 derrotas). Em 2013, no Joinville, chegou a brigar pelo acesso, ocupando a terceira posição na 22ª rodada, com 40 pontos. Entretanto, uma série de seis jogos sem vitória (dois empates e quatro derrotas) e a consequente queda na tabela (do terceiro para o nono lugar) aceleraram a saída do treinador. Em 2012, Drubscky subiu com o Atlético-PR da Série B para a A (3º lugar, com 71 pontos). Já em 2011, foi campeão da Série D pelo Tupi.