O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) caiu 0,4 ponto na passagem de dezembro (59,5 pontos) para janeiro (59,1 pontos). Mesmo com o recuo, o indicador permanece, pelo terceiro mês seguido, acima dos 50 pontos – patamar que separa confiança da falta de confiança. O índice foi o maior para o mês desde 2012 (59,2 pontos) e superou em 9,3 pontos sua média histórica (49,8 pontos). Na comparação com janeiro de 2018, o indicador avançou 6,3 pontos. O Iceicon nacional marcou 63,7 pontos em janeiro, crescimento de 1,4 ponto em relação a dezembro (62,3 pontos), e foi o maior para o mês desde 2010 (70,0 pontos).
O Iceicon-MG é resultado da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores abaixo de 50 pontos apontam percepção de piora na situação atual e expectativa negativa para os próximos seis meses, respectivamente.
O índice de condições atuais avançou 3,5 pontos em janeiro (49,9 pontos), na comparação com dezembro (46,4 pontos). Com o resultado, o indicador aproximou-se da linha de 50 pontos, sinalizando que a percepção de piora nas condições de negócio foi menos disseminada entre os empresários. O índice foi o mais elevado desde outubro de 2012 (52,8 pontos) e avançou 3,6 pontos em relação a janeiro de 2018 (46,3 pontos).
O indicador de expectativas dos empresários da construção para os próximos seis meses mostrou construtores otimistas pelo quarto mês consecutivo, ao permanecer acima da linha de 50 pontos. O índice marcou 63,7 pontos em janeiro, queda de 2,3 pontos frente a dezembro (66,0 pontos). Apesar do decréscimo, o resultado foi o melhor para o mês desde 2013 (63,8 pontos) e expressivos 10,1 pontos superior à sua média histórica, de 53,6 pontos.
Segundo o economista e coordenador do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, o estudo demonstra que a construção civil iniciou 2019 otimista e cita algumas razões. “A regulamentação da Lei do Distrato Imobiliário que traz segurança jurídica tanto para o construtor quanto para o consumidor e a iminência da aprovação de reformas importantes, como a Previdenciária, estão entre as justificativas dessa maior confiança do empresariado”, avalia.
atividade da construção encerra 2018 desaquecida
A atividade e o número de empregados da Sondagem da Indústria da Construção de Minas Gerais apresentaram queda em dezembro, em intensidade maior que há um ano.
No último trimestre de 2018, os empresários da Construção revelaram insatisfação com a margem de lucro operacional, com a situação financeira de suas empresas e com as condições de acesso ao crédito. Entre as dificuldades enfrentadas pela Indústria da Construção, a demanda insuficiente foi apontada como a principal, seguida pela elevada carga tributária.
Os indicadores de expectativas aumentaram expressivamente em relação ao mês anterior e mostraram perspectiva de crescimento, no curto prazo, do nível de atividade, das compras de insumos e matérias-primas, dos novos empreendimentos e serviços e do número de empregados. As intenções de investimento dos empresários também avançaram, registrando o maior valor em quatro anos.
Desempenho da indústria da construção mineira
O índice de atividade da Construção registrou 41,9 pontos em dezembro, aumento de 0,6 ponto em relação a novembro (41,3 pontos). Apesar do avanço, o indicador manteve-se abaixo da linha de 50 pontos, sinalizando queda da atividade. O índice recuou 2,8 pontos em relação a dezembro de 2017 (44,7 pontos).
O indicador de atividade em relação à usual cresceu 1,7 ponto na passagem de novembro (27,4 pontos) para dezembro (29,1 pontos). O índice permaneceu abaixo dos 50 pontos, o que mostra que a atividade foi aquém da usual para o mês. O indicador caiu 1,2 ponto frente a dezembro de 2017 (30,3 pontos).
O índice relativo ao número de empregados recuou pelo quarto mês seguido e marcou 40,1 pontos em dezembro. O indicador decresceu 1,8 ponto em relação a novembro (41,9 pontos) e 3,2 pontos na comparação com dezembro de 2017 (43,3 pontos).
Condições financeiras da indústria da construção mineira
Os indicadores financeiros são divulgados trimestralmente e medem a satisfação dos empresários da Construção com o lucro operacional, com a situação financeira e com as condições de acesso ao crédito. Valores abaixo de 50 pontos indicam insatisfação dos empresários do setor.
Lucro operacional e situação financeira
No quarto trimestre, o índice de satisfação com a margem de lucro operacional sinalizou descontentamento dos empresários, com 30,7 pontos. O indicador recuou 3,7 pontos em relação ao terceiro trimestre (34,4 pontos) e avançou apenas 0,6 ponto na comparação com o quarto trimestre de 2017. O índice de satisfação com a situação financeira aumentou 0,9 ponto na passagem do terceiro (38,2 pontos) para o quarto trimestre (39,1 pontos). O indicador cresceu 4,9 pontos frente ao último trimestre de 2017 (34,2 pontos) e, apesar de ainda apontar insatisfação dos empresários, foi o maior para o período desde 2013 (46,7 pontos).
Acesso ao crédito
O índice que avalia as condições de acesso ao crédito registrou 29,7 pontos no último trimestre de 2018. O indicador permanece bem abaixo da linha divisória de 50 pontos, revelando que os empresários da Construção estão com dificuldades de acesso ao crédito. O índice, contudo, cresceu 1,6 ponto na comparação com o terceiro trimestre (28,1 pontos) e 1,0 ponto frente ao quarto trimestre de 2017 (28,7 pontos).
Problemas enfrentados pela indústria da construção mineira
No quarto trimestre de 2018, a demanda insuficiente seguiu como o principal problema enfrentado pela Indústria da Construção pela décima vez seguida, com 46,7% das citações. O percentual de assinalações aumentou em relação ao terceiro trimestre (41,9%). A elevada carga tributária manteve-se na segunda posição pelo segundo mês consecutivo, com 31,1% das citações. Em seguida, ficou a inadimplência dos clientes (26,7%), que já havia ascendido duas posições no trimestre anterior e subiu mais uma, atingindo o terceiro lugar no ranking. A falta de capital de giro (20,0%) caiu uma posição em relação à pesquisa anterior pela segunda vez consecutiva, ficando em quarto lugar no rol de problemas.