O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado com o goleiro Bruno Fernandes pelo assassinato de Eliza Samudio, começou a ser julgado nesta quarta-feira, dia 10, por mais um homicídio. A sessão teve início por volta das 12h, com quase três horas de atraso, no 3º Tribunal do Júri.
Antes de abrir a sessão, a juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto determinou que duas testemunhas fossem conduzidas de forma coercitiva, isto é, buscadas em casa ou no trabalho e levadas até o tribunal. Outras seis já haviam comparecido.
De acordo com o Fórum Lafayette, de Belo Horizonte, Bola e o comerciante Antônio Osvaldo Bicalho são acusados de matar o motorista Devanir Claudiano Alves, em 2009, no bairro Juliana, Região Norte da capital mineira.
Segundo denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, Bola foi contratado pelo comerciante, que teria descoberto um relacionamento extraconjugal da esposa com a vítima. Ainda de acordo com a denúncia, Bola teria executado Alves perto da casa dele no bairro Juliana.
Marcos Aparecido e Bicalho foram denunciados por homicídio duplamente qualificado, mediante promessa de recompensa e com dificuldade de defesa para a vítima.
De acordo com um dos defensores de Bola, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, ele é inocente e não foi o autor dos disparos. Segundo o Fórum, Marcos Aparecido atualmente está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil, na capital. Quatro testemunhas foram ouvidas. O interrogatório dos réus foi encerrado por volta das 18h30. A sessão foi suspensa e será retomada nesta quinta-feira (11).
Caso Eliza Samudio
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.
A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Macarrão e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.
Bola abaixa a cabeça durante leitura da sentença de sua condenação pelo caso Eliza Samudio, em 2013 — Foto: Renata Caldeira/ Tribunal de Justiça de Minas Gerais Bola abaixa a cabeça durante leitura da sentença de sua condenação pelo caso Eliza Samudio, em 2013 — Foto: Renata Caldeira/ Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Bola abaixa a cabeça durante leitura da sentença de sua condenação pelo caso Eliza Samudio, em 2013 — Foto: Renata Caldeira/ Tribunal de Justiça de Minas Gerais
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto de 2013 e condenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques, o Coxinha, por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio com Bruno. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.
Assassinato de carcereiro
Marcos Aparecido foi condenado pela morte do carcereiro Rogério Martins Novelo. O crime ocorreu em 2000, em Contagem, na Região Metropolitana. Em novembro de 2012, o réu havia sido absolvido da acusação de homicídio, mas o Ministério Público de Minas Gerais recorreu da decisão argumentando que o conselho de sentença decidiu de forma contrária às provas contidas no processo. O recurso foi aceito pela Justiça, e por isso, Bola foi julgado novamente. De acordo com Zanone, a defesa recorreu desta condenação.