Prêmio Milton de Freitas de Direitos Humanos premia luta pelos direitos humanos

Foto Newton de Castro Resende

Cerimônia da entrega das premiações da 9ª edição do Oscar da Cidadania de Contagem segue tradição de coerência histórica de lutas em prol dos direitos humanos na cidade e homenageia pessoas e instituições que desenvolvem serviços humanitários no município

A luta pelos direitos humanos em Contagem foi, mais uma vez, fortalecida na cidade. Após um ano de muitas preparações, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, promoveu a cerimônia de entrega do Prêmio Milton Freitas de Direitos Humanos, que neste ano chega à sua nona edição.

A solenidade ocorreu, no último dia 3, no auditório do Sest/Senat, e reuniu cerca de 170 pessoas, entre representantes de instituições do poder público e sociedade civil e organizada envolvidos com a defesa e a disseminação de direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Entre os presentes, familiares de Milton de Freitas, que também participaram da entrega dos prêmios.

A cerimônia deste ano contou também com apresentações do corpo de balé infantil da Casa de Apoio de Nova Contagem e da Banda de Música da Guarda Civil de Contagem (GCC), que abrilhantou o evento com muita dança e música. O objetivo da iniciativa é homenagear pessoas naturais e jurídicas cujos trabalhos ou atuações tenham contribuído significativamente para defesa, difusão, disseminação e divulgação dos direitos humanos em Contagem.

Milton de Freitas foi uma importante liderança popular e sindical do município e dedicou toda sua vida na luta pela democracia, pelo combate às injustiças e pela construção de uma sociedade menos desigual. Nascido em Ponte Nova, mudou-se para Contagem no final da década de 1950, onde residiu até o seu falecimento, em setembro de 1999. Marceneiro de profissão e militante por vocação, sua atuação foi destacada no processo de organização popular, de entidades sociais, de sindicatos e de associações de bairro.

A 9ª edição do Prêmio Milton de Freitas bateu o recorde anterior de inscrições de pessoas e instituições indicadas. No ano passado (2018) houve 31 indicações ao todo, em 2019 esse número subiu para 47, sendo 26 indicações institucionais e 21 individuais.

O subsecretário de Direitos Humanos e Cidadania e coordenador da Comissão Organizadora da 9ª edição do Prêmio Milton Santos de Direitos Humanos, Ricardo Cidadão Ramos, comemorou o aumento das indicações e esclareceu que a luta pelos direitos humanos é essencialmente inclusiva. “Direitos humanos são sempre uma celebração. O que defendemos como militantes de direitos humanos é que ser militante é ser meio parecido com o cristão primitivo: defendemos aqueles que ainda não compreenderam o que sustenta essa bandeira, na qual cabe todo mundo. São direitos com os quais as pessoas já nascem e que não necessitam sequer do reconhecimento do Estado para serem postos”, asseverou Ricardo Cidadão.

CONFIRA OS GRANDES DESTAQUES DESTA EDIÇÃO

Categoria “Individual”

1º lugar: Lidiane Chagas Araújo

2º lugar: Ana Flávia dos Santos

3º lugar: Stella Maris Martins dos Santos

Categoria “Institucional”

1º lugar: Instituição Espírita Lar de Marcos

2º lugar: Centro de Acolhida Chiara Palazzoli

3º lugar: Instituto Pré-enem gratuito Coletivo de Professores Voluntários

 

Discursos marcados pela defesa e disseminação
dos direitos humanos em Contagem

A mesa da solenidade foi composta pela primeira-dama de Contagem, Luciana de Freitas, representando o prefeito Alex de Freitas; pelo secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino; pelo vereador Capitão Fontes, representando o Legislativo municipal; pelo presidente da Comissão Julgadora deste prêmio; Marcos Wellerson; e por Ricardo de Freitas Carvalho, conhecido como “Cadinho”, representando a família de Milton de Freitas. As falas solenes foram pautadas pela defesa de direitos inalienáveis do ser humano.

Luciana de Freitas destacou que o Milton de Freitas é um dos mais importantes prêmios da cidade. “O legado dele segue em cada um de nós que sonhamos com uma cidade mais justa e igualitária. Ressalto aqui a definição de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) “são aqueles que incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros”. Todos e todas merecem esses direitos, sem discriminação, e Contagem mostra, ao longo de sua história, que é terra fértil para a humanidade. Milton de Freitas, presente!”, exclamou a primeira-dama.

Capitão Fortes parabenizou a iniciativa, enfatizando sua importância: “Precisamos valorizar e reconhecer as pessoas e instituições da sociedade que defendem direitos humanos”. Marcelo Lino enfatizou o compromisso da atual gestão com a construção de uma política pública de direitos humanos. “Fizemos, no governo Alex de Freitas, uma escolha ideológica pela ampliação e manutenção dos conselhos de políticas públicas e dos mecanismos de participação e controle social, escolha essa que foi legitimada pelas urnas em 2016”, salientou o secretário de Direitos Humanos e Cidadania.

Ricardo Cadinho de Freitas, um dos oito filhos de Milton de Freitas, reforçou que a atual gestão é um dos governos que mais deram visibilidade ao prêmio. “O prêmio surgiu no governo Marília, continuou no governo Carlim e agora segue com o governo Alex. Todas essas gestões mostraram-se sensíveis à continuidade do prêmio, mas a dedicação do Marcelo Lino, do Ricardo Cidadão, do Marcos Wellerson foi imensa e eles se envolveram muito, é bonito ver e perceber isso. O prêmio está só se fortalecendo, o número de indicações aumentou novamente e estamos muito felizes com essa continuidade. Trata-se de uma homenagem a pessoas e instituições que desenvolvem serviços na área dos direitos humanos de forma anônima, mas que estão em muitos locais da cidade. Não é só uma homenagem à memória de meu pai, mas um estímulo à causa”, argumentou o filho de Milton de Freitas.

 

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