Dentre as várias qualidades humanas, há duas que são consideradas essenciais para a continuação da vida. A primeira delas é pedir socorro nas horas de desespero. A outra, por compaixão, empatia ou mesmo bondade, o pedido de socorro ser atendido. O atendimento humanizado tem razão de ser, porque quem sente dor, tem urgência. A vida exige da gente, como bem disse Guimarães Rosa, coragem. Desta forma, desde a sua inauguração em 18 de fevereiro de 2017, a Associação Comunitária Viva Bem tem sido a mão amiga estendida para a comunidade de Nova Contagem. Conforme realtos de beneficiários e funcionários, “é uma luz que faz recuar a escuridão. É uma saída para quem perdeu a esperança e deseja recuperar a coragem para enfrentar as adversidades da vida”.
A Associação já soma cerca de 10 mil atendimentos gratuitos à moradores de Nova Contagem e região, e conta com uma equipe de profissionais formada por neurologista, urologista, psicólogos, ortopedista e um clínico geral, que, semanalmente, vão às residências consultar pacientes acamados. Além disto, a população conta com hidroginástica, aulas de artesanato, ginástica para a terceira idade, fisioterapia, natação infantil, Lian Gong em 18 terapias (ginástica terapêutica fundamenta na medicina tradicional chinesa) e auriculoterapia (forma de medicina alternativa que utiliza pontos na orelha para o tratamento de doenças físicas e emocionais do paciente). Tudo ofertado de forma gratuita e com ótimos profissionais.
Atendimento diferenciado
De acordo com a assistente administrativa, Mariana Lucas dias, a Associação Comunitária Viva Bem, faz, em média, 100 atendimentos por dia. “Aqui, chegam pessoas com necessidades variadas. Por isso, os acolhimentos é diferenciado. Todos os pacientes, sem exceção, recebem nosso apoio, respeito e afeto”, informa.
Segundo a psicóloga Carliane Batista Ramos de Freitas, a Associação Comunitária Viva Bem percebe as vulnerabilidades, as angústias e os sofrimentos alheios e se coloca no lugar dessas pessoas. “A cada dia o cuidado com o outro se torna algo mais raro. Para mim, é uma honra poder fazer parte da equipe e, enquanto psicóloga, contribuir com a causa, disponibilizar meu tempo para ouvir e acolher vidas cheias de necessidades, tristezas e ansiedades e, ao mesmo tempo, mostrar a estas pessoas outras possibilidades, apresentar uma visão mais ampla do problema, podendo auxiliá-los na tomada de decisões mais acertadas”, revela.
Apoio psicológico
A oficineira Gisele Santos Lima diz que a paciência é a base, tanto para ensinar, quanto para aprender pintura, convivência e socialização com pessoas diversas. Segundo ela, as aulas são ministradas para alunos com graus de dificuldades variados e que muitos dos que frequentam, fazem do espaço um aprendizado, uma terapia. “São pessoas ansiosas, depressivas, ou portadoras de alguns transtornos, que esquecem os problemas durantes as atividades e conseguem desenvolver lindos trabalhos”, comemora.
A aluna Cenira Cândida da Silva, 63, destacou que na Associação Comunitária Viva Bem recuperou, através da pintura, do crochê e do bordado, um sentimento há que tempos havia perdido: o da utilidade. “Aqui, me sinto capaz de aprender, me desenvolver, me reinventar”, confessa.
Segundo Cenira, em sua juventude, cursou direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas foi prejudicada pelo transtorno bipolar. “Antes de participar das aulas de artesanato, eu ficava em casa, na maior tristeza, cheguei a tentar o suicídio. Aqui, me sinto calma e há tempos não tenho crises depressivas. Essa Associação precisa ser mais divulgada e as atividades devem continuar para sempre”, reforça.
Profissionais capacitados
Há dois anos e meio que o professor de educação física Emerson Arruda, dá aulas de hidroginástica, ginástica localizada e laboral na Associação. “O trabalho desenvolvido aqui é dinâmico. Faz com que as mulheres percebam e identifiquem se há, por exemplo, algum tipo de enfermidade como depressão ou indisposição física”, explica, acrescentando que “cerca de 400 alunos já passaram pela Viva Bem, com melhora em todos os casos. Sinto felicidade e gratidão quando dou aula e percebo os resultados”, revela.
Continuando, Emerson informa também, que mesmo com a rotina apertada está fazendo uma especialização na área de geriatria, uma vez que trabalha muito com idosos. Em 2021, o professor de educação física pretende desenvolver trabalhos também com crianças especiais e com cadeirantes. “É importante destacar que a hidroginástica abraça a inclusão social e na associação não existe mais a ideia de “coitadinho”. Todos são integrados quando participam das atividades sociais e estas harmonizam tudo. A partir daí quem possui alguma necessidade especial se aceita e vence as limitações”, afirma.
O voluntário Josué Junior de Souza trabalha no atendimento ao público e dá suporte onde é preciso. “O papel social desempenhado pela Associação Comunitária Viva Bem é extremamente importante, sobretudo porque os jovens quase não têm opções de aprendizagem ou algo ligado ao lazer que sejam totalmente gratuitos”, observa.
A aluna da hidroginástica Ana Ramos, costureira, revela que conheceu o espaço por meio de amigas e que nos dois últimos anos, sua mãe foi muitas vezes atendida em casa pelos médicos da Viva Bem. “É um atendimento de primeira. Humanizado, sincero e agendado. Quero deixar registrado que depois de cada aula sinto-me renovada. Pronta para enfrentar as obrigações diárias. E o que é melhor: livre das dores nas costas e nas pernas”, ressalta.
Apoio
O vereador Alexandre Xexeu tem acompanhado de perto os projetos desenvolvidos na Associação e é um de seus apoiadores. “Na Viver Bem, seja no acolhimento humanizado ou em tratamentos convencionais ou alternativos, tudo que é feito para servir, aliviar e favorecer a população. Por isso, a Associação Comunitária tem o nosso apoio!”, enfatizou o vereador Xexeu, para quem a saúde deve sempre estar em primeiro lugar.
Quem quiser participar ou apoiar a Associação Comunitária Viva Bem basta entrar em contato pelo telefone 31 3050-4434