Por Winder Almeida de Souza
Empresário, sócio proprietário e diretor do Colégio Sócrates. Graduado em matemática plena, atua na área educacional há mais de 25 anos. É diretor financeiro do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG). Participou de inúmeras atividades associativas e representativas de Contagem. Foi presidente da Câmara de escolas particulares e atuou no Conselho Municipal de Educação. À frente do CAIS, junto com uma diretoria atuante, conseguiu viabilizar diversos projetos que ajudaram muitas crianças com necessidades especiais e carentes de nossa cidade.
Quando as escolas fecharam com o objetivo de evitarem a propagação do Coronavírus no início do ano, não sabiam como e o quanto os que nela atuam e frequentam seriam impactados. Foi nesse contexto que ocorreu uma verdadeira revolução no cenário educativo. Com o tempo de pandemia indefinido, escolas tiveram que reinventar e acolher as possibilidades do ensino remoto. A adequação da escola, das famílias e dos alunos para a nova forma de ensinar, enfrentou inúmeros desafios. Não serão os desafios que tratarei nesse texto e sim o quanto aprendemos a partir do momento em as escolas tiveram que encurtar a distância dos alunos em tempos de distanciamento.
Quero fazer uma reflexão sobre a relação professor e aluno, essencial na aprendizagem e tão impactada com o advento das aulas virtuais. Se o professor precisou se aprofundar no entendimento e na construção de formas remotas de ensinar, precisou também encontrar caminhos para a nova maneira de se relacionar nas turmas.
Os alunos, sem dúvida, dotados de grande facilidade no manuseio da tecnologia, mas sem experiência no campo das relações no mundo virtual, necessitou de professores comprometidos com o ato de educar para equilíbrio da equação tecnologia e ética. Aos poucos, eles e os professores foram descobrindo que a convivência nas aulas online precisavam de combinados, atitudes de empatia, resiliência, paciência e um verdadeiro trabalho em equipe, para que atendesse à todos.
Sabemos que essas atitudes, parte do processo educativo, vieram carregadas de novidades no ensino virtual. O ensino online para crianças pequenas, envolve diversos atores e cenários: familiares dos alunos, professores, rotinas diversas e muito ruídos na comunicação. Por isso, cuidar do relacionamento nas aulas foi tão importante.
Se por um lado não pudermos avançar com o conteúdo como gostaríamos, o trabalho para o desenvolvimento socioemocional dos alunos, de grande peso na nova BNCC, tem sido contemplado da melhor maneira. E talvez, entre tantos desafios, este aprendizado seja nesse momento o mais importante: a troca entre alunos e professores. Se por um lado, professores aprendem o uso da tecnologia com as crianças, as crianças aprendem vivamente valores para a vida em sociedade, de uma maneira tão dinâmica e prática, nunca antes pensada.
Esperar a vez, praticar o uso adequado da palavra, aumentar a capacidade de ouvir as pessoas, compreender o sentimento do outro, argumentar seu ponto de vista, expor com clareza as ideias, são os frutos da relação humana nos encontros virtuais. Podemos acreditar a certa altura que a relação professor e aluno no pós pandemia jamais será a mesma. Será talvez bem melhor, graças a capacidade de todos os envolvidos, em investir no crescimento emocional, proporcionado pela educação remota.
Luzedna Glece de Freitas Delfino
Diretora proprietária do Centro de Excelência Integrado Avançar – CEIAV; graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.