Por Leidna Rosevane Duarte
Professora graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado de Minas Gerias – UEMG, de Divinópolis. Graduada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia, coordenação pedagógica e inspeção escolar. Com mais de 30 anos de integral dedicação à educação sempre na mesma instituição, é atual diretora da Escola Estadual Maria Coutinho. Foi professora de Sociologia, Filosofia e Relações Humanas na Funec
A necessidade do isolamento social bateu à porta justamente quando tudo parecia normal. Um vírus chamado corona surgiu mudando o mundo inteiro e, trazendo consigo como consequência a pandemia Covid-19, que forçou as instituições educacionais a fecharem as portas. Toda a sociedade teve que se readaptar com inúmeras restrições de convívio social. Nós, profissionais da educação, tivemos que aprender a viver longe das salas de aula, a mudar a nossa rotina, a reaprender, a nos reinventar.
Com a suspensão das atividades escolares presencias, o governo criou mecanismos de atendimento para que os estudantes possam prosseguir seus estudos de forma remota. Dessa forma, nós, reelaboramos, criamos, recriamos, inovamos estratégias e metodologias para a continuidade do trabalho educacional utilizando ferramentas tecnológicas disponíveis há muito tempo, mas nem sempre colocadas em uso, para criar conteúdos e experiências de aprendizado remoto para nossos estudantes.
Neste momento, tornam-se evidentes as desigualdades sociais, que atingiu fortemente a educação. Podemos elencar alguns fatores observados, como famílias sem acesso a computadores e celulares mais modernos, falta de acesso à internet, entre outros. E quando voltarmos à convivência escolar, como e com que olhar voltaremos?
Torna-se necessário repensar, não apenas em como será a reabertura das escolas e das salas de aula. É necessário refletir sobre a sua função social e como será a educação do século 21. É urgente que o cenário se altere e que a sociedade se imponha, se organizando para propor novas formas de ensino e aprendizagem para todos. Nunca se fez tão necessário e urgente a contribuição de cada um no processo educacional, ou seja, “vestir a camisa”, algo recorrente, mas com especial necessidade nestes tempos.
A sociedade atual passou por mudanças significativas e acompanhar essas transformações é um dos grandes desafios da educação e, por conseguinte, das escolas. Uma das formas de seguir essa evolução é abrindo as instituições de ensino para as inovações tecnológicas. É preciso investir, capacitar, instrumentalizar de meios técnicos e com equipamentos que possam atender todos os estudantes e profissionais.
Para que os recursos tecnológicos façam parte do cotidiano educacional é preciso que a tecnologia seja de fato incorporada ao currículo escolar. É preciso pensar como incorporá-la no dia a dia da educação de maneira definitiva. Quando a educação puder acontecer no “novo normal”, ou seja, ao retorno presencial, esperamos que ocorram investimentos consistentes dos governantes, por meio das políticas públicas, nas escolas de todo o país. Que haja a percepção de que a tecnologia é essencial para a aprendizagem e que a educação, hoje, passa pelo acesso à tecnologia.
Educação e Escola de portas abertas para as inovações tecnológicas. Educar é instrumentalizar os estudantes com acesso real às evoluções e se apropriar do conhecimento para fazer a diferença, abrir caminhos para que as desigualdades sociais possam ser reduzidas em curto médio prazos.
É impossível fechar-se a esses acontecimentos.