A Seção de Agroqualidade da CeasaMinas, em conjunto com a Gerência do Mercado Livre do Produtor (MLP), promoveu neste mês de dezembro curso de capacitação para 31 produtores rurais que comercializam frutas e hortaliças em bandejas no entreposto de Contagem. Nas palestras, os participantes foram sido orientados sobre o Regulamento de Mercado da CeasaMinas e a legislação referente à rastreabilidade das mercadorias, incluindo o uso obrigatório de rótulos.
O curso foi dividido em três turmas de produtores rurais, de modo a evitar aglomeração como medida preventiva contra o coronavírus (Covid-19). De acordo com Fabiana Maria da Costa, nutricionista da Seção de Agroqualidade responsável por ministrar o curso, a comercialização em bandejas, protegidas em filme plástico, tem crescido no MLP por causa de benefícios como a redução de perdas. “A embalagem do quiabo em bandejas, por exemplo, protege o produto contra o hábito de muitos consumidores de quebrarem suas pontas. Por causa disso, hoje é raro encontrar quiabo a granel no varejo”, ressalta.
Fabiana explica que a venda em bandejas ainda é capaz de aumentar a vida útil das mercadorias, já que a embalagem reduz a manipulação das frutas e hortaliças e aumenta a proteção contra contaminações.
Outra vantagem para o comprador é a possibilidade de adquirir as mercadorias fracionadas, em quantidades menores, o que reduz as chances de desperdícios. Foi isso o que aumentou a procura de supermercados e sacolões pelas bandejas trazidas pelo produtor rural Walney Rodrigues Palhares, do município de Igarapé (MG), um dos participantes do curso. “De um ano para cá eu tive que dobrar minha oferta de baroa (mandioquinha) em bandejas no MLP, porque o varejo, principalmente o que vende produtos de primeira linha, tem pedido demais”, diz. O consumidor, segundo ele, também é beneficiado, em razão da comodidade de encontrar um produto já pré-selecionado.
Palhares destaca ainda que a aceitação tem sido tamanha que hoje metade da sua produção é comercializada em bandejas. “O interesse vem tanto de varejistas quanto de consumidores finais”. A outra metade da sua oferta é comercializada em caixas de 10 e de 20 quilos, o que permite, segundo ele, atender outros segmentos de públicos.
Rastreabilidade e rotulagem
Durante a capacitação, os produtores foram orientados sobre a legislação que trata da rastreabilidade e da rotulagem. A legislação determina que frutas e hortaliças embaladas fora da presença do consumidor sejam rotuladas, contendo a descrição do produto, peso líquido, lote e identificação de origem.
Dados como tabela nutricional ou instruções de conservação, por exemplo, são opcionais, mas, segundo Fabiana, contribuem para agregar valor às mercadorias. É o que tem feito o produtor Palhares, que já utiliza etiquetas que trazem, além de informações obrigatórias, dados nutricionais, canal de contato pelo WhatsApp e até código QR, acessível por meio da câmera do celular.
Regulamento de Mercado
Já ao abordar o Regulamento de Mercado da CeasaMinas, o curso destacou a proibição de manipulação ou processamento de produtos dentro do MLP. “Nesse caso, não é permitido ao produtor retirar os alimentos de dentro das caixas maiores e, em seguida, embalá-los em bandejas no MLP”, explica Fabiana. Outra regra proíbe a comercialização de mercadorias que não constem no Boletim Informativo de Produção do respectivo produtor.
Além do Regulamento de Mercado da CesaMinas, as palestras se basearam no Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados (RDC 259/2002), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e na Instrução Normativa Conjunta SDA/MAPA 2/2018, da Anvisa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA).
A CeasaMinas deve intensificar a fiscalização contra possíveis irregularidades a partir do próximo dia 4 de janeiro no MLP.
Para outras informações sobre as normas, entre em contato com a Seção de Agroqualidade: 31 3399-2046.