As prefeituras de Contagem e a de Belo Horizonte assinaram com a Copasa, na manhã de quinta-feira, dia 7, um acordo de cooperação que prevê um investimento de R$ 146,5 milhões em obras para a total despoluição da Lagoa da Pampulha, a ser executada em um prazo de cinco anos.
Diferente de outros momentos, o plano agora prevê que, nestes cinco anos, serão refeitas quase 10 mil ligações de esgoto, sendo sete mil delas em Contagem e o restante 2,7 mil na Capital. Ao todo, serão realizadas mais de 800 obras de ligações, manutenções e melhorias da qualidade d’água. A maior parte da bacia Pampulha, 56%, está localizada no município de Contagem, onde serão saneados os ribeirões Sarandi, Bom Jesus, com o esgoto devidamente captado e lançado para as estações de tratamento.
Durante sua fala na cerimônia de assinatura do acordo, a prefeita de Contagem, Marília Campos, destacou que Contagem vai cumprir um papel estratégico para a limpeza do cartão postal dos mineiros. “A intervenção de agora é um marco histórico, porque será um tratamento em toda a bacia, o que terá uma repercussão na vida das pessoas que vivem ao longo dela em todos os aspectos. Na dimensão cultural, pois é um patrimônio; tem o impacto ambiental, porque a lagoa será limpa e os ribeirões também serão limpos, o que trará a recuperação da água. Além do impacto social, uma vez que temos pessoas que moram na beira dos ribeirões Sarandi, Bom Jesus e colocam seus esgotos nestes leitos. Toda essa intervenção vai garantir o saneamento dessas regiões, melhorando diretamente a qualidade de vida dessas pessoas”, afirmou.
Atualmente, mais de 20 aglomerados estão ao longo da bacia e serão atingidos por essa intervenção. Esses aglomerados estão dentro das 30 mil pessoas que ainda jogam todo o tipo de dejetos nos cursos d’água que formam o espelho da Pampulha. As outras 470 mil pessoas que vivem no entorno da bacia já tiveram o problema de esgoto resolvido, segundo informou a Copasa.
Trabalho em conjunto
As prefeituras de Contagem e Belo Horizonte juntas com a Copasa vão realizar ações em cada moradia para promover a ligação do esgoto, nas áreas onde já existe a rede coletora, mas que ainda não estão conectados a ela. Segundo a Copasa, o principal afluente que lança a maior quantidade de dejetos na lagoa é o ribeirão Sarandi, localizado na região da Ressaca, e o ribeirão Bom Jesus, também chamado de Água Funda, que nasce na região do Nacional, sendo os dois em Contagem.
Segundo o diretor de gestão de águas urbanas da PBH, Ricardo Aroeira, essa nova etapa de despoluição da bacia da Pampulha vai dar continuidade às intervenções da Copasa que já acontecem há 20 anos. “São 500 mil pessoas no entorno da bacia. Já resolvemos a questão do esgoto para 470 mil. Faltam 30 mil pessoas que hoje despejam a sujeira lá”, disse Aroeira.
“A ideia é que todo esgoto, todo resíduo que é despejado sem tratamento na lagoa seja corrigido. Estamos falando de cerca de 10 mil residências que jogam seu esgoto diretamente na lagoa, que agora vão ser corrigidas”, afirmou o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD).
A Lagoa da Pampulha possui uma área total de 98,4 Km², em Belo Horizonte estão 44% da bacia e sua maior parte, 56%, em Contagem.