Em Contagem, a instalação de armadilhas, chamadas de ovitrampas, para capturar os ovos do mosquito Aedes aegypti, causador das arboviroses urbanas, como dengue e chikungunya, é mais uma das estratégias que ajudam no combate à disseminação das doenças na cidade. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) monitora, ao todo, 510 ovitrampas espalhadas por todas as regiões do município para o controle da infestação das larvas do mosquito.
Segundo explicou a assessora de Zoonoses da SMS, Geane Rodrigues Cruz, a estratégia é importante, pois as armadilhas auxiliam a monitorar o grau de infestação da larva do mosquito Aedes aegypti. “O monitoramento por ovitrampas subsidia a organização das ações dos Agentes de Combate a Endemias (ACEs), para eliminação dos focos e criadouros dos mosquitos antes que a infestação se amplifique no território, além de evitar o surgimento de novos casos de arboviroses”.
A Prefeitura está empenhada neste combate, realizando diversas ações que, em conjunto com a implantação e monitoramento das ovitrampas, são aliadas contra o mosquito. Em breve, o controle da infestação larvária do Aedes, por meio de novas tecnologias, será ampliado no município.
O que é e como funcionam as ovitrampas?
As ovitrampas simulam o ambiente adequado para a procriação do Aedes aegypti, dispondo um recipiente de plástico de coloração preta, semelhante a um vaso de planta, preenchido com água (que fica parada), que atrai o mosquito. Em seu interior é inserida uma palheta de madeira, a chamada eucatex, onde a fêmea do mosquito deposita seus ovos, realizando a “oviposição”.
Segundo Geane Rodrigues, as armadilhas são instaladas no município em residências e locais previamente selecionados. “A instalação ocorre ao longo de todo o ano. Em uma semana elas são instaladas e na semana seguinte elas são recolhidas. As armadilhas recolhidas são encaminhadas para o laboratório de entomologia, onde é feita a contagem dos ovos. Os resultados das contagens são mapeados para facilitar a visualização e disponibilizados para toda equipe”.
Pela quantidade de ovos, ou ausência dos mesmos, é possível observar se há fêmeas do mosquito na região próxima da armadilha, propiciando então a aplicação de medidas eficientes das ações de controle do Aedes.
A assessora de Zoonoses ainda destacou que é essencial a participação da sociedade nessa estratégia. “É de fundamental importância que os moradores que colaboram com o programa das ovitrampas sigam corretamente as instruções dos agentes de endemias, em relação relação à manutenção das armadilhas em sua residência ou nas proximidades da mesma. É importante ressaltar que as ovitrampas são uma ferramenta de monitoramento do mosquito naquela localidade e a sua presença no local não oferece risco de transmissão de doenças aos moradores”.
Meios de prevenção
A Prefeitura tem feito a sua parte no combate ao Aedes aegypti, mas para que seja uma ação de sucesso, é necessário que a população também adote medidas de combate e prevenção ao mosquito.
Geane Rodrigues reforçou que a população “deve evitar em sua residência materiais que acumulem água, sendo este o ambiente propício para o desenvolvimento do mosquito”. A assessora de Zoonoses ainda destacou que é importante seguir as recomendações abaixo:
– Limpar as bandejas externas das geladeiras e ar-condicionado;
– Cobrir caixas d’água, cisternas, poços e evitar entupimentos de calhas;
– Esvaziar garrafas, latas e baldes. Além de guardá-los em local coberto;
– Vedar com cimento os cacos de vidro nos muros que podem acumular água;
– Não deixar pneus expostos ao tempo, nunca permitindo acúmulo de água dentro deles;
– Usar cloro em piscinas, limpá-las com frequência e cobri-las quando não estiverem em uso;
– Guardar garrafas pet e de vidro sempre com a boca para baixo. Guardá-las em local coberto;
– Lavar semanalmente, com bucha, sabão e água corrente, os vasilhames de alimentação de animais.
– Colocar em sacos plásticos, fechar e colocar no lixo copos descartáveis, embalagens, tampas, cascas de ovo e tudo que possa acumular água.
O Ministério da Saúde (MS) recomenda reservar dez minutos do dia, para que o próprio cidadão inspecione a sua casa, verificando se não há nenhum depósito com água parada, exposto à chuva ou qualquer objeto que possa acumular água. Uma vez que, a vistoria rápida de dez minutos, trata-se de uma ação simples, mas que pode interromper o ciclo de vida do mosquito.