COLUNA EDUCAÇÃO – 26.11.2023 – Qual o papel da escola na formação de valores e habilidades socioemocionais?

Laira Lages Maia – Pedagoga, Consultora Pedagógica, Formada em Pedagogia pela UFMG e pós-graduada em Pedagogia Empresarial e Metodologia da Educação Infantil e Ensino Fundamental

Já é consenso no meio educacional, que a instituição escolar não se restringe apenas à transmissão de conhecimentos acadêmicos. Educadores, de todos os níveis de ensino, reconhecem que a escola também desempenha um papel fundamental na promoção de valores éticos, sociais e morais.

Após a pandemia do COVID-19, esse assunto tornou-se ainda mais relevante no meio educacional. Sabemos que a transição que vivenciamos no ensino escolar nesse período pós-pandêmico, tem apresentado uma série de desafios para todas as escolas. Enquanto educadores, responsáveis e comprometidos, temos ciência que ainda será preciso um bom período de tempo, para diminuirmos a intensidade dos prejuízos restantes desse momento de calamidade mundial.

A pandemia teve um impacto significativo no bem-estar emocional dos alunos. Lidar com ansiedade, estresse e questões de saúde mental se tornou uma prioridade na educação. Desta forma, manter os alunos engajados e motivados tornou-se um desafio ainda maior. Mais do que nunca, estratégias criativas e ferramentas inovadoras tornaram-se necessárias para promover a participação ativa dos estudantes.

Outro aspecto relevante, diz respeito à urgência das escolas reavaliarem seus currículos para se alinharem com as novas demandas e habilidades mandatórias no mundo pós-pandêmico, integrando aprendizados adquiridos durante o período de isolamento. O mundo moderno clama por escolas que sirvam como um espaço que contribua para a formação de cidadãos conscientes e éticos. Isso parece um jargão antigo… mas, para cumprir o seu papel, é imprescindível investir no desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos alunos.

Habilidades socioemocionais consistem na capacidade de um indivíduo de conviver bem consigo mesmo e com os outros ao seu redor. Alguns exemplos são: empatia, inteligência emocional, capacidade de comunicação, resolução de problemas, colaboração, autoconsciência e autocontrole. Valores como respeito, tolerância, responsabilidade, empatia e cidadania devem ser cultivados por meio do currículo escolar, do ambiente educacional e das interações entre alunos, professores e funcionários.

 

Diante dessa complexidade, o que a escola pode fazer?

Enfrentar esses desafios exige um esforço conjunto de toda comunidade escolar, visando criar estratégias flexíveis, que atendam às carências educacionais, desse mundo que está em constante evolução. Não existe uma receita pronta para seguirmos, porém, alguns caminhos precisam ser apontados como dicas importantes. São eles:

– Envolver as famílias. A família, primeiro grupo social do indivíduo, tem um papel essencial, afinal, os alunos tendem a seguir modelos de comportamento.

– Capacitar os educadores oferecendo-lhes um suporte contínuo e criando um ambiente acolhedor na escola.

– Implementar programas voltados para o desenvolvimento socioemocional, que podem incluir aulas, atividades ou projetos dedicados a temas como resolução de conflitos, empatia e comunicação não violenta.

– Integrar a educação emocional ao currículo, ensinando aos alunos a reconhecer e gerenciar suas próprias emoções, bem como a entender as emoções dos outros.

– Utilizar atividades práticas, como trabalho em equipe, debates e projetos colaborativos, para promover habilidades de comunicação e resolução de problemas.

E por fim, NÃO DESISTIR!!! Por mais complexo que pareça, parafraseando Rubem Alves,

“…Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O educador, assim, não morre jamais…”

 

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *