Viviane França(*)
Com a contribuição de MARINA LEMES TEIXEIRA: Advogada especialista em direito de família há 10 anos com mais de 700 famílias atendidas; sócia do Escritório Lemes Teixeira Advocacia. Redes sociais: Marina Lemes Teixeira – Instagram/ facebook linkedin; Lemes Teixeira Advocacia – Instagram/facebook/ linkedin/ youtube/ tiktok
Conciliar carreira e maternidade para mulheres é uma jornada repleta de desafios. Compartilharei minha experiência para ilustrar os obstáculos enfrentados e, em seguida, abordarei dados que evidenciam a disparidade de gênero no mercado de trabalho e nas responsabilidades domésticas.
Minha experiência:
Minha trajetória profissional, anterior e posterior à maternidade, destaca os desafios que mulheres empreendedoras e mães enfrentam. Como advogada com escritório próprio, minha estabilidade financeira depende diretamente de meu trabalho. Ao decidir ter um filho, meu escritório já contava com 5 advogados.
O desafio surgiu após o parto, quando me deparei com demandas e exigências dos advogados associados. Em um cenário delicado, tive que ceder para manter a estabilidade da empresa. Com apenas 15 dias pós-parto, fui obrigada a trabalhar remotamente, conduzindo reuniões virtuais. Aos 60 dias, retornei ao trabalho presencial, trazendo minha filha para o escritório.
Por 7 meses, equilibrei as demandas profissionais e a maternidade, enfrentando momentos desafiadores. Essa experiência, embora árdua, destaca a capacidade das mulheres de superar adversidades.
Números no mercado de trabalho:
Dados do IBGE revelam que mulheres enfrentam disparidades salariais e menor representatividade em cargos de liderança. A decisão de deixar o mercado de trabalho para cuidar dos filhos afeta quase 30% das mulheres, enquanto apenas 7% dos homens fazem o mesmo.
Outros desafios constrangimento pós-licença maternidade e a dispensa de mães após o retorno ao trabalho. Estudos indicam que mulheres dedicam quase 10 anos a mais que homens a atividades domésticas não remuneradas, refletindo a sobrecarga de responsabilidades.
Como diminuir a diferença social:
– Mulheres: Busquem capacitação, equilibrem carreira e maternidade, desmistifiquem a ideia de que ser mãe limita a capacida-de profissional.
– Homens: Compreendam que a responsabilidade compartilhada na criação dos filhos é essencial, participem ativamente nas tarefas domésticas e na educação dos filhos.
– Empregadores: Avaliem a competência e produtividade das mulheres independentemente da maternidade. Incentivem o retorno de mulheres ao trabalho após a licença maternidade.
– Mulheres Empregadoras: Promovam um ambiente inclusivo, onde as mulheres sintam-se apoiadas ao equilibrar carreira e maternidade.
A igualdade de gênero é uma responsabilidade coletiva. “No coração da jornada de mulheres profissionais e mães, reside a determinação incansável de transformar desafios em conquistas, escrevendo não apenas histórias de superação, mas capítulos inspiradores de um futuro onde a igualdade floresce em cada empreendimento e em cada lar”.
(*) Viviane França: mulher, Advogada, Pesquisadora, Mestre em Direito Público, Especialista em Ciências Penais, autora do livro Democracia Participativa e Planejamento Estatal: o exemplo do plano plurianual no município de Contagem. Secretária de Defesa Social de Contagem/MG, Sócia do França e Grossi Advogados.