Em reunião na quinta-feira, dia 28, o Governo de Minas negou os pedidos das prefeituras de Contagem e Betim para modificar o traçado do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte. Com isso, o leilão segue marcado para 12 de agosto, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Ao fim do encontro realizado na sede do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), o secretário de Estado de Infraestrutura, Fernando Marcato, disse não haver dados técnicos com impactos que justifiquem mudanças no traçado.
“Se precisar de algum ajuste, é normal que ocorra em qualquer projeto dessa natureza. O que não fazia sentido é termos estudos de mais dois anos indicando a viabilidade do projeto e mudar completamente o traçado com base em suposição”, afirmou.
Apesar de não aceitar a revisão, o Governo de Minas se comprometeu a incluir os municípios durante a elaboração do projeto. Um grupo de trabalho será criado. Marcato reforça que mudanças no projeto podem ocorrer com base em novas pesquisas.
A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), afirmou, caso estudos que serão feitos após a licitação constatem impactos ambientais, o traçado pode ser refeito. Ela, no entanto, faz críticas à análise do governo de que o projeto não traz riscos. “O Estado desconhece o impacto social e ambiental. É por isso que o projeto que será elaborado vai acusar esses impactos. Aí retornaremos esses debates. Espero que os tribunais fiquem mais sensíveis”, afirmou a prefeita.
A procuradora-geral de Contagem, Sarah Campos, demonstrou otimismo sobre a possível revisão posterior do traçado. “O Estado se baseia apenas em diretrizes ambientais, porque os estudos foram delegados à concessionária e só serão realizados depois da licitação. A gente acredita que se vierem esses estudos, será constatada a inviabilidade do traçado proposto”.
Polêmica
O projeto do Rodoanel Metropolitano, orçado em R$ 5,09 bilhões, desagradou as prefeituras de Contagem e Betim, que alegam “danos ambientais, urbanísticos, sociais e morais”.
Os municípios pediram que o traçado da alça Oeste fosse refeito, o que não foi atendido pelo Governo de Minas. Com isso, a via deve passar por dentro das duas cidades da Grande BH, em áreas habitadas.
Outro ponto de preocupação dos municípios é em relação à proximidade do Rodoanel com o reservatório de Vargem das Flores, o que, segundo as prefeituras, poderia afetar o abastecimento de água em Contagem, Belo Horizonte e Betim.