Por SINARA BADARÓ LEROY – Coordenadora Colégio Avançar -. Graduada em Pedagogia, Bacharel em Administração, Especialista em Educação Presencial e a Distância e Mestre em Administração. Experiência Profissional na Gestão e Coordenação do Núcleo de Educação a Distância e Processos Educacionais no Sistema FIEMG.
A indisciplina escolar é um fenômeno complexo que envolve uma série de fatores e pode ter várias origens. Ela pode ser vista como uma forma de resistência à autoridade do professor, mas também pode ser um sintoma de problemas mais profundos, tanto no ambiente escolar quanto na vida pessoal do aluno, ou seja, o insucesso não se refere apenas às notas nas disciplinas, mas também a certos valores que o aluno acredita serem assumidos pela comunidade e que ele não vê refletidos em si mesmo.
Neste caso a indisciplina pode ser um reflexo de problemas fora da sala de aula. Questões familiares, dificuldades de inserção social ou escolar, excessiva proteção dos pais, carências sociais e a influência de ídolos violentos podem contribuir para o comportamento indisciplinado. A própria constituição física ou intelectual do aluno pode provocar comportamentos indisciplinados. A imaturidade, a falta de comprometimento, a desatenção, a incapacidade de concentração, o baixo rendimento escolar, a agressividade deve ser investigada como sintomas de distúrbios mais profundos, sejam eles fisiológicos ou emocionais. É necessário tratar esses distúrbios, caso contrário, as repressões ou sanções serão totalmente ineficazes e até contraproducentes.
Por outro lado, as conversas entre os alunos em sala de aula podem ser uma forma de indisciplina, mas também podem ser um reflexo de várias necessidades e sentimentos dos alunos. Aqui estão algumas possíveis razões para os alunos sentirem a necessidade de conversar durante as aulas:
– Relatar assuntos exteriores à sala de aula: Isso pode ser uma maneira de se conectar com seus colegas ou de lidar com questões pessoais.
– Mostrar que faz parte do grupo/turma: Conversar com os colegas pode ser uma maneira de os alunos se sentirem parte do grupo. Isso pode ser particularmente importante para os alunos que se sentem excluídos ou marginalizados.
– Mostrar oposição à autoridade do professor: Em alguns casos, os alunos podem usar a conversa como uma forma de resistência à autoridade do professor.
– Esclarecer ou compreender o que o professor acabou de dizer: Às vezes, os alunos podem conversar entre si para ajudar a entender o material da aula, comum em aulas difíceis ou confusas.
– Mostrar descontentamento com a disciplina e / ou o professor: Neste caso, eles podem expressar isso através da conversa.
Cabe registrar que o professor é um líder e, para os alunos ele é a imagem de um ideal, seja positivo ou negativo. Um dos objetivos do professor é promover um determinado modelo de conduta e favorecer o desenvolvimento de comportamentos e uma forma de estar na vida para o aluno.
No início do ano, o professor assume algumas atitudes e pode se mostrar sério nas primeiras aulas, sem ter um sorriso fácil; pode impedir ou limitar as saídas durante a aula; pode não permitir que os alunos se levantem do lugar ou troquem materiais sem pedir autorização; pode dispor os alunos em lugares fixos para favorecer a cooperação e a concentração; pode estabelecer que, quando um aluno ou o professor fala, os outros escutam; e pode não confundir simpatia com falta de respeito.
Se o professor assumir uma atitude disponível, mas realista, dando confiança aos alunos, mas sem perder o controle da situação e sem se mostrar inutilmente permissivo, é possível que consiga evitar alguns conflitos. A fase inicial do ano é muito importante e é conveniente evitar o máximo possível o recurso das advertências e críticas. O professor deve assumir a atitude de quem detém um poder, mas não se sabe bem quanto nem quando o vai usar. Se um professor usa demais as mesmas armas, acaba por ficar desarmado. Não é aconselhável a censura permanente, sendo mais adequado ignorar os comportamentos incorretos que não perturbem diretamente o andamento da aula. Estratégias adequadas devem ser utilizadas para cada aluno e cada situação.
Veja na próxima semana, na Parte 2, algumas estratégias que um professor pode adotar para prevenir comportamentos indisciplinados dos alunos.
(*)Luzedna Glece
Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.