Por JAYME LEITE – Servidor efetivo da Guarda Civil de Contagem desde 2012. Autor dos livros Muito Mais Que Pai e Filho (2019) e Guarda Civil de Contagem: Passado, Presente e Futuro(2020). Graduado em Segurança Privada. Pós-graduado em Inteligência e Segurança Estratégica; Gestão de Pessoas e Liderança de Equipes; Guarda Civil Metropolitana; e Gestão Pública. Atualmente é discente do curso de Matemática.
Alguns acontecimentos nos levam à reflexão sobre onde a sociedade precisa evoluir para proporcionar ambientes mais agradáveis e seguros de convivência entre as pessoas. Com os ataques ocorridos nas escolas no Brasil em 2023, a aprendizagem por um tempo ficou em segundo plano, parecendo menor e menos importante, onde cada pai somente queria seu filho vivo e bem.
Foram dias de horror, ocasionados por ataques e por notícias divulgadas, que causaram medo e pânico em grande parte da população brasileira. Várias escolas deram respostas imediatas, contratando segurança particular, divulgando informações para tranquilizar as famílias e buscando estabelecer novamente um ambiente tranquilo para que, acima de tudo, os pais tivessem confiança em levar seus filhos às aulas.
Quando os ataques diminuíram, ficou para todos nós a indagação sobre o que é prioridade no que diz respeito à segurança escolar. Algumas perguntas difíceis sempre voltam à tona e nos fazem refletir. Afinal, qual seria o ponto de equilíbrio entre escola e família para minimizar os riscos de eventos que atentem contra a segurança dos estudantes? A segurança pública falha no serviço de proteção escolar? A segurança escolar, de fato, é responsabilidade de quem?
As respostas para essas perguntas não são simples, mas precisamos enriquecer esse debate para que possamos evoluir. Os pais ao deixarem seus filhos na escola esperam que eles voltem com mais conhecimento, melhores enquanto cidadãos em formação, mas, acima de tudo, seguros e felizes. No entanto, os pais estão zelando pela segurança de seus filhos, tanto no ambiente escolar quanto no processo que o cerca?
A segurança escolar vai muito além de proteção física contra ataques de criminosos, o processo é amplo e sensível. Pais que conversam com os filhos e participam da educação deles conseguem perceber quando algo diferente está acontecendo e até mesmo antecipar a possíveis situações desagradáveis, mantendo o diálogo com a escola, unindo forças no propósito.
Não podemos somente reagir a acontecimentos e apenas tratar das consequências da insegurança escolar, o foco deve estar sempre em combater as causas e por isso o trabalho deve ser coletivo. Se cada pai for verdadeiramente responsável por seu filho, acompanhando-o e mantendo-o emocionalmente saudável, a escola e as forças policiais poderão tratar de ameaças iminentes e a engrenagem certamente irá funcionar.
Qual a solução então? Infelizmente não tenho a resposta definitiva, nem mesmo creio que seja possível chegar ao risco zero. No entanto, o caminho é o trabalho coletivo entre família, escola e polícia. Assim será possível mitigar as possibilidades de que esses acontecimentos sejam tão frequentes e se tornem rotineiros na comunidade escolar. O percurso é longo, porém com a participação e colaboração de todos, o resultado será cada dia mais positivo.
(*)Luzedna Glece
Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.