Prefeitura inicia 1ª etapa da revitalização do Parque Nascentes do Sarandi

Foto Divulgação Semad

A Prefeitura de Contagem deu início a primeira etapa do projeto de revitalização do Parque Natural Municipal Nascentes do Sarandi. Localizado no bairro Cinco, onde está a sede da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o parque ocupa cerca de 360 mil metros quadrados e abriga as nascentes do córrego Sarandi, um dos principais afluentes da Lagoa da Pampulha.

A revitalização irá recuperar aproximadamente 70 mil metros quadrados do parque, com foco na preservação das nascentes e no controle de impactos ambientais. O projeto foi desenvolvido pela diretora de Projetos Ambientais Estratégicos, Walkyria Aparecida Castilho de Pádua, junto às técnicas Natália Ladeira Milagres, especialista em Engenharia Ambiental, e Érika Henriques Pacheco, bióloga, todas da Semad.

O parque desempenha um papel fundamental como corredor ecológico, conectando áreas fragmentadas e permitindo o fluxo de espécies. Antes de sua criação, a área funcionava como um lixão até meados dos anos 1990, mas hoje é um ponto estratégico para a conservação da biodiversidade e a mitigação dos efeitos do crescimento urbano. Segundo a secretária de Meio Ambiente, Maria Thereza Camisão Mesquita, a revitalização é o primeiro passo para transformar o parque em um espaço acessível à população. “Estamos avaliando formas de abrir o parque ao público. Ele foi criado para proteger as nascentes do Sarandi, fundamentais para a Bacia da Pampulha. Estamos promovendo o manejo de espécies invasoras, cercamento e recuperação das áreas afetadas por incêndios, com foco na proteção ambiental e na educação da comunidade”, explicou.

A revitalização busca atender à demanda crescente por espaços verdes em Contagem, contribuindo para o bem-estar dos moradores e o combate às mudanças climáticas. O parque também terá papel central na conscientização da comunidade sobre a importância da preservação dos recursos naturais. “Nosso objetivo é garantir a sustentabilidade do parque, conciliando preservação ambiental com a criação de um espaço de educação e lazer para a população”, afirma Thereza.

 

Projeto

Uma das ações prioritárias que estão em andamento na primeira etapa é o manejo de espécies invasoras, como as leucenas, que comprometem a regeneração da vegetação nativa. Outro ponto importante, também em andamento, é o cercamento e o aceiro da área para conter invasores e também danos, como os causados por um incêndio causado pelo período de seca. As próximas fases do projeto contemplam a criação de uma trilha ecológica inclusiva e a instalação da Casa de Vidro, que será um centro de educação ambiental. Esse espaço oferecerá oficinas, palestras e exposições interativas, integrando a comunidade às iniciativas de preservação e promovendo práticas sustentáveis. Essa casa será projetada para harmonizar com a paisagem, utilizando painéis transparentes que favorecem a iluminação natural e a conexão com o ambiente externo. Sua estrutura simboliza a transparência das ações do município na preservação ambiental.

A revitalização do Parque Natural Municipal Nascentes do Sarandi também inclui intervenções no canal de águas pluviais, cuja função está comprometida devido à obstrução da estrutura e ao acúmulo de galhos, folhas e resíduos carregados pelas chuvas. Para solucionar o problema, estão previstas ações de limpeza e a implementação de uma manutenção regular no canal, assegurando o fluxo adequado das águas e reduzindo o risco de alagamentos na área.

Outra medida essencial será a estabilização do talude, visando prevenir deslizamentos e garantir a segurança do entorno. Para isso, será construída uma estrutura de gabião, técnica utilizada para contenção de encostas. O gabião é uma solução eficaz para aumentar a estabilidade do solo, minimizando os riscos de escorregamentos e erosão no parque.

O projeto também contempla ações para a preservação do curso d’água que atravessa o parque e integra a bacia hidrográfica da Pampulha, essencial para a drenagem da região. Apesar de não possuir nascentes em seu leito, o solo ao redor do curso d’água é classificado como permeável, favorecendo a infiltração da água e contribuindo para o equilíbrio ambiental local. Para aumentar a proteção das margens e melhorar a qualidade hídrica, será realizado o plantio de vegetação nativa ao longo do curso, fortalecendo a função ecológica do parque e promovendo a conservação do recurso hídrico.

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