Um ano para fazer mudanças

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – Dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

Apesar de já termos assistido a instalação do ano judiciário e de o ano legislativo ser aberto nesta segunda-feira (05-02), ainda não dá para dizer que 2018 começou efetivamente. Até porque se tornou voz corrente que o ano só começa, no Brasil, depois do Carnaval, que ocorrerá entre os próximos sábado e quarta-feira. Depois de passar pelo tapete vermelho e assistir a festa com banda e salva de tiros de canhão, a maioria dos parlamentares deverá voltar para as bases, onde já começa o corpo-a-corpo com o eleitorado em busca da reeleição. Expediente normal, só depois da quarta-feira de Cinzas e, por já terem se passado três dias da semana, muitos só voltarão a Brasília na segunda-feira seguinte, dia 19, a data que estava marcada para a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados que, pelas últimas informações, poderá não acontecer.

Por ser um ano eleitoral, a presença de parlamentares em suas casas legislativas deverá ser fato raro por todo o período. Em vez de lá ficar entre terça e quinta-feira, como fazem regularmente, eles só irão para as sessões deliberativas que, em razão da campanha eleitoral, serão poucas. Isso sem falar que em junho e julho teremos a Copa do Mundo e se a seleção brasileira for bem sucedida, o país vai parar por vários dias.

Empenhada na eleição, a classe política tende a produzir pouco. Agora começam as articulações para decidir quem serão os candidatos e que tipo de aliança farão. Já temos mais de uma dezena de pretendentes declarados à presidência da República, muitos deles inviáveis. Nos estados também se trava a disputa pela indicação aos governos locais. Os partidos se articulam para a melhor composição das casas legislativas (Senado, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas Estaduais). Sobrará muito pouco tempo para os atuais detentores de mandatos cuidarem das obrigações assumidas nas eleições passadas. Isso quer dizer, também, que os governos do presidente Michel Temer e dos atuais governadores praticamente já chegaram ao fim tendo, daqui para a frente, só a tarefa de administrar o dia-a-dia sem qualquer maiores pretensões.

É um tempo em que o eleitor vai ser insistentemente procurado por aqueles que querem ganhar o seu voto. Único momento em que o cidadão comum pode interferir nos destinos do país e do seu estado. Por isso, não pode perder essa oportunidade. Tem de conhecer os candidatos, o que fizeram (de bom e de ruim) para, com isso, votar naquele que melhor atenda aos interesses gerais. É a chance de prestigiar os bons e varrer do meio político os maus. É para isso que serve a eleição. Perder essa oportunidade é abandonar o pais e permitir que os velhos esquemas continuem praticando a corrupção e potencializando o sofrimento do povo. Só o voto consciente pode mudar esse país…

 

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