O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a janeiro aponta 0,23% de alta dos preços dos bens e serviços consumidos pela parcela mais pobre da população, enquanto o índice para as classes mais ricas foi de apenas 0,36%. O alívio inflacionário no primeiro mês do ano veio especialmente das tarifas de energia elétrica (deflação de 4,3%), compensando a alta dos alimentos desta época, que costuma ter maior impacto na cesta básica das famílias de renda mais baixa.
“Apesar de haver um recuo generalizado da taxa de inflação em todas as classes, no acumulado em 12 meses até janeiro a alta de preços nas camadas de renda mais baixa foi de 2,1%, mantendo-se bem abaixo do observado nas classes de renda alta, 3,7%” afirma a técnica de planejamento e pesquisa do Ipea Maria Andréia Parente Lameiras, responsável pelo estudo. Enquanto nesse período de 12 meses a queda de 4% no preço dos alimentos beneficiou os segmentos de menor renda familiar, a alta da gasolina (12,1%), dos planos de saúde (13,5%) e das mensalidades escolares (10,3%) – nos ensinos fundamental e médio – causou maior impacto na inflação das faixas superiores de renda.
Após encerrar 2016 com variação em 12 meses próxima a 6%, a inflação das famílias de renda muito baixa recuou – em janeiro de 2018, a alta foi de 2,1%. Já para as famílias do extrato mais alto, a queda da inflação foi menos expressiva: passou de 5,5% para 3,7% no mesmo período.