Um choro repleto de emoção e vida tomou conta dos corredores da Maternidade de Contagem, na manhã desta sexta-feira (4). Aliás, três choros. As trigêmeas Júlia, Kethlyn e Esther nasceram saudáveis e perfeitas. Mas, qualquer um que olhasse para as meninas e para os pais delas, Giselle e Luciano, logo após o parto, não poderia imaginar as dificuldades que eles passaram nos últimos dias. Até chegarem à Maternidade de Contagem.
Giselle Ramos Rocha, de 32 anos, foi internada quarta-feira passada, 25 de abril, no Hospital Regional de Betim, mas, segundo o marido Luciano Henrique Lourenço, de 33, não foi bem atendida.
Sem vagas nem horários para fazer o parto e nem CTI neonatal para as crianças, que nasceriam prematuras, a solução foi transferir Giselle para outro hospital. Ela foi em uma van para o Sofia Feldman, em Belo Horizonte. No hospital da capital, a situação melhorou um pouco, mas ainda não havia previsão de quando o parto poderia ser feito. Transferida mais uma vez, desta vez para a Maternidade de Contagem, onde tudo correu bem para o casal e para as trigêmeas, desde o momento em que chegaram até o trabalho pós-parto.
“Agora está tudo tranquilo, graças a Deus. O atendimento aqui foi muito bom, tudo muito legal, o pessoal é muito bacana. Deus está no controle de tudo, desde quando começou”, conta o pai Luciano.
Luciano já tem uma filha, de outro relacionamento, assim como Giselle. A família agora está bem maior, com cinco meninas. O pai, no entanto, não reclama e, emocionado, comemora a chegada das três.
– O coração está a mil por hora. Pra mim, é uma grande alegria. A minha mais velha tem 12 anos, mas não mora comigo. Agora vou ter o prazer de cuidar das três desde o princípio, da Júlia, da Kethlyn e da Esther. É um presente de Deus pra minha vida e estamos muito felizes.
Giselle Ramos Rocha, que está desempregada, conta que a gravidez foi uma surpresa. “Eu estava tomando contraceptivo. Não foi nada programado. Ao saber que teria trigêmeas, fiquei um pouco assustada, acostumei e depois gostei. Por enquanto as meninas vão dormir comigo e com o meu companheiro”, contou Giselle.
As meninas dividiram duas placentas. Julia e Esther são gêmeas idênticas por terem ficado na mesma. Já Kethelyn teve uma placenta só para ela e é a mais velha. Ela nasceu com 2,035 quilos. A segunda a nascer foi Julia, com 2,045 quilos. A terceira foi Esther, com 1,955 quilo.
Ainda falta berço nos quartos das meninas. A família está contando com a ajuda de amigos para montar o quarto.
Referência
A ginecologista e obstetra, Dra. Luciana Zanforlin Martins, foi a responsável pelo parto. Ela conta da satisfação e da alegria de participar de um momento tão marcante não só para sua carreira, mas para a maternidade e também para a família de Giselle e Luciano.
“É muito gratificante. É isso que faz a gente, a cada dia, progredir mais no nosso trabalho. Porque essa é a função da maternidade. Dar apoio, dar suporte pra essas mães. A gente vê muito no estado, que as pacientes rodam muito em maternidades e acabam tendo que ser transferidas, por falta de vagas, por falta de CTI neonatal. Isso já aconteceu muito na Maternidade de Contagem, hoje não acontece mais. A gente tem um grande prazer em poder ajudar e, também, em receber essas mães, também de outros municípios”.