Deputado Prof. Irineu realiza audiência para debater reconstrução de escola

Foto Ricardo Barbosa

Comissão da Assembleia Legislativa visitou terreno onde Escola Estadual Alberto Delpino, no Barreiro, funcionou por mais de 50 anos.

Alunos, pais de alunos, professores e demais servidores reivindicam a imediata reconstrução da Escola Estadual Alberto Delpino, que está funcionando provisoriamente há anos, em imóvel alugado, a um custo de R$ 24 mil mensais, no mesmo terreno onde funcionou por mais de cinco décadas, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, até o prédio ser demolido, após ser condenado pela Defesa Civil, em 2013.

Para tanto buscaram o apoio do deputado Professor Irineu (PSL), vice-presidente da Comissão de Transportes, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que, na segunda-feira, dia 29 de abril, visitou o antigo terreno e prometeu empenhar-se para encaminhar a demanda da comunidade escolar e do bairro junto ao Poder Executivo.

Segundo o Professor Irineu, o assunto deverá ser debatido em audiência pública na Assembleia, em princípio prevista para o dia 7 de maio. “Queremos trazer a escola de volta ao seu espaço anterior. Inclusive já conversamos a respeito com a secretária de Educação, que se comprometeu a estudar o caso”, afirmou o deputado.

Abandono

O terreno onde antes funcionou a escola, na rua Conde de Santana, 38, no Barreiro, hoje está abandonado e virou ponto de drogas e prostituição, segundo denuncia a diretora Sônia de Jesus Pereira Santos. “Quando assumi a escola, em 2011, a estrutura já era precária. Faltavam biblioteca, quadra de esportes, laboratório; havia muitas infiltrações e a fiação estava comprometida, com risco, inclusive, de choque elétrico”, recorda.

Com as chuvas de 2012 e 2013, a situação piorou e o teto da secretaria chegou a desabar, levando à interdição do imóvel por parte da Defesa Civil e a sua demolição em 2015.

A diretora conta que em 2013, após a interdição do imóvel, a comunidade escolar foi transferida para a Avenida Olinto Meireles, em um espaço também inadequado, obrigando alunos e professores a conviverem com esgoto a céu aberto, pisos deteriorados e banheiros impróprios.

Em 2014, a escola sofreu nova mudança, passando a funcionar em uma casa adaptada, na Rua Francisco Duarte Mendonça, onde permanece até hoje.

Contudo, embora o prédio atual seja mais bem estruturado do que os anteriores, continua inadequado, por ser de difícil acesso, prejudicando o deslocamento de alunos e professores, e com espaço reduzido, o que impede o atendimento a um número maior de alunos. A escola, que já teve mais de 1.500 alunos, atualmente funciona com apenas 500, em dois turnos.

Sônia de Jesus relata, também, que as duas transferências foram feitas pela comunidade escolar, sem ajuda da Secretaria de Estado de Educação. E lamenta a perda de documentos históricos e administrativos valiosos durante as inundações que atingiram a escola.

Ainda de acordo com a diretora, uma das razões alegadas pelo poder público para que a escola não tenha sido reconstruída até hoje é que o espaço não seria suficiente para a construção de uma quadra esportiva dentro dos padrões exigidos pelo governo. Contudo, observa ela, a comunidade está há anos em imóveis provisórios, alugados, que também não dispõem de quadra.

Inaugurada em 1964, a Escola Estadual Alberto Delpino é considerada instituição modelo, com Ideb alto, de 6,4, segundo informam a diretora Sônia de Jesus Pereira Santos e a secretária Elza Aparecida de Souza Pessoa. Ideb é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao antigo Ministério da Educação (MEC).

“Essa escola é patrimônio do Barreiro, data de 1964, não podemos perder esse espaço”, destaca a secretária Elza, que foi aluna da instituição, entre 1969 e 1970. “A gente fica muito triste, essa escola é referência e tem uma equipe pedagógica excelente”, afirma.

Integrantes do Colegiado Escolar, as alunas Emely Gabriela Vilar Lemos e Maysa Cardoso Neves, ambas de 16 anos, estudantes do 2º ano do ensino médio, também elogiam a equipe pedagógica e reforçam a necessidade de reconstrução do imóvel. Por ser mais central e melhor localizado, o antigo endereço, segundo elas, favorece os alunos, já que a maioria reside próximo ao local e alguns ainda estão matriculados em cursos extras na região.

O líder comunitário Marco Aurélio Soares também apoia a luta pela reconstrução da escola e pelo retorno da comunidade ao antigo endereço. “Lamento a falta de compromisso dos governos. A educação deveria vir sempre em primeiro lugar”, diz.

Outro defensor da causa é o vereador Juliano Lopes (PTC), da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Morador do Barreiro, ele vem acompanhando o problema desde o início, tendo, inclusive, participado de audiência pública na Assembleia Legislativa, em 2015, realizada a requerimento do ex-deputado Anselmo José Domingos (PTC).

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