Minas Gerais tem 634 crianças vivendo em abrigos, sem pais nem famílias, à espera de adoção. A maior parte, mais de 500 delas, tem entre 10 e 17 anos, justamente a idade menos procurada pelos casais que querem adotar uma criança. Para dar uma esperança e melhorar a qualidade de vida dessas crianças, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) lança na próxima terça-feira, dia 21, o Projeto Apadrinhar.
Coordenado pela desembargadora Valéria da Silva Rodrigues, o Apadrinhar tem o apoio da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e da agência de comunicação Vitória CI. “Toda criança precisa de uma família”, afirma a desembargadora Valéria. “O objetivo do Apadrinhar é dar amor e carinho a essas crianças, para que convivam com famílias e tenham esperança no futuro e mais qualidade de vida no presente”. O projeto aproxima as crianças que vivem em abrigos de famílias que, a princípio, não têm a intenção da adoção em tempo integral, mas querem dar afeto ou alguma ajuda material a elas. “A CDL/BH apoia o Apadrinhar para ajudar essas crianças que ainda não foram adotadas e precisam encontrar carinho e afeto e convívio familiar. A preocupação social é uma de nossas prioridades”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
O programa conta com três modalidades de apadrinhamento: o afetivo, o provedor e o prestador de serviços. No afetivo, as madrinhas e os padrinhos visitam periodicamente o seu afilhado e passam períodos com ele fora do abrigo, em geral aos finais de semana ou feriados. Com envolvimento afetivo, a madrinha ou o padrinho oferecem ao afilhado possibilidades de convivência familiar e social saudáveis, com experiências gratificantes. No apadrinhamento provedor, madrinhas e padrinhos oferecem suporte material ou financeiro às crianças e adolescentes, seja com a doação de bens, com financiamento de obras no abrigo ou com o patrocínio de cursos ou reforço escolar.
Já o padrinho prestador de serviço reserva parte de seu tempo para oferecer cursos, clínicas ou oficinas para os jovens, como aulas de idioma, tratamento médico ou dentário e treinamentos esportivos. “É importante ressaltar que grande parte desses apadrinhamentos acabam resultando em adoção. Os padrinhos se afeiçoam das crianças e resolvem torná-las parte de suas famílias”, afirma Valéria.
O Projeto Apadrinhar surgiu originalmente na 4ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio de Janeiro, sob a liderança do juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza e beneficiou mais de 200 crianças e adolescentes. Foi vencedor na 12ª edição do Prêmio Innovare, que premia boas práticas para a melhoria da Justiça.