Coluna Educação com Luzedna Glece(*) – 04.12.2022 – Sem educação de qualidade, não há inserção produtiva da juventude
Por Francisco Borges
Mestre em educação e consultor de políticas educacionais da Fundação FAT – Fundação de Apoio à Tecnologia
Sem educação de qualidade, não há inserção produtiva da juventude
Vivemos hoje um cenário único no Brasil, com uma geração de jovens formada por mais de 50 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos. E se ela é o futuro do País, que esperança podemos ter diante da falta de políticas públicas específicas para as juventudes?
Acostumados com as belezas naturais, a abundância de terras e sem nunca ter passado por guerras, catástrofes naturais ou algo do gênero, o brasileiro deixou de valorizar o meio ambiente, as oportunidades à sua frente, a educação e se tornou um povo desperdiçador. Isso tem uma grande relação com a educação, pois somente a partir dela é que podemos nos desenvolver como nação, crescendo por meio de nossa ciência, de nossas descobertas, tendo como norte a preocupação com o bem-estar de todas as camadas da sociedade.
Neste momento da história, onde o mundo precisou se recolher diante de uma pandemia e se reestruturar para um modelo de interação com a sociedade mais digital e menos presente, vimos o desemprego dos jovens avançar, assim como a evasão escolar, que, se não combatida, terá impacto enorme não só no futuro e nos sonhos dos jovens, mas nos de suas famílias e do Brasil.
A percepção dos pais de que as juventudes, principalmente, não se sentem conectadas à escola não é um fenômeno que surgiu com a crise sanitária, mas piorou muito com ela. Por outro lado, o novo coronavírus escancarou como os jovens não se sentem acolhidos também no mundo do trabalho, demonstrando a falta de uma consciência coletiva.
A individualidade está ainda mais aflorada. É necessário que este panorama seja mudado. Lideranças e corporações devem estimular o coletivo, o jovem, a educação. A geração Z, nascida a partir de 1995, tem de ter fomento para estar na sua plenitude como força de trabalho, no entanto, grande parte se encontra desmotivada, sem trabalho, sem estudos, compondo o grupo mundial de “nem-nems”.
Ainda hoje, o Brasil não dispõe de uma política nacional para os jovens que estabeleça ações articuladas e que proporcione oportunidades de formação profissional para todos ou promova uma educação de qualidade que possibilite o prosseguimento dos estudos. Na internet, explodem temas como desemprego, evasão escolar, desigualdade social, burn out e isso decorre de uma falta de motivação, de pouco empenho coletivo, em um momento em que as empresas têm os seus colaboradores em home office. Os períodos longos isolados prejudicam a conexão entre as pessoas.
Todo este cenário piora quando associamos à economia fraca, ao alto desemprego e às baixas perspectivas de evolução econômica e social pela conjuntura. É preciso olhar além, fazer um esforço e entender que a evolução só se dará por meio de incentivos na educação, na redução da desigualdade social e na abertura de possibilidades para que os jovens possam brilhar e ganhar o mundo por meio do conhecimento.
O momento do País é muito delicado, com os jovens cada vez mais querendo ser jogadores de futebol, blogueiros, influencers e gamers, mas o que não está sendo levado em conta é que esta mentalidade que movimenta toda uma geração provoca o afastamento do caminho dos estudos, da resiliência, da construção e do crescimento.
Estudar e construir repertório, atuar em situações de aprendizagem, é desenvolver respeito ao outro, é agregar valor à toda uma sociedade. É hora de unirmos forças para mudarmos o atual cenário e garantirmos oportunidades de futuro. A educação é o vetor do desenvolvimento de todo um país; a juventude é o futuro e, a nós, cabe garantir que o amanhã seja produtivo, valioso e capaz de levar esta geração de jovens ao alcance de todo o seu potencial.
Apenas através da educação é que podemos construir um Brasil melhor. Não há rotas mais curtas ou escapes, é preciso criar ferramentas para preparar a juventude brasileira para ocupar as novas oportunidades na velocidade necessária e com uma mão de obra qualificada. Não haverá desenvolvimento socioeconômico, consciência de coletividade e nem redução da desigualdade sem a inserção produtiva da juventude e acesso a uma educação de qualidade.
(*)Luzedna Glece
Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.
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Coluna Educação com Luzedna Glece(*) – 16.10.2022 – A importância dos mestres
A importância dos mestres
Por Luzedna Glece
Estava com a matéria da nossa coluna “Escola e família: parceria de sucesso” prontinha, quando recebo uma mensagem de uma ex aluna do curso de pedagogia, me solicitando, se possível, para registrar em minha coluna o texto abaixo, que realmente resume muito a importância dos mestres em nossas vidas! A autora foi sábia, sensível e perspicaz ao escrever o texto.
Registro aqui a nossa admiração por vocês mestres que moldam mentes para o futuro, educam para a vida libertam e transformam seres.
“A palavra que expressa a admiração, respeito e carinho por meus professores é AGRADECIMENTO”
“Agradecer pela paciência, pela partilha de conhecimento, pelos ensinamentos para a vida. O professor não somente ensina matérias. O professor disciplina alunos, aconselha, gerencia atividades, planeja o futuro e principalmente é formador de opinião. O professor nos faz pensar, refletir, colocar as ideias no lugar.
O que seria de nós sem os professores, que, aliados aos pais, nos formam personalidades do bem? Professores não são esquecidos, são lembrados com carinho e ternura. O saudosismo sempre é válido em se tratando de professores.
Quem não se lembra dos professores que marcaram sua vida, daquela aula cuja matéria era muito interessante, daquela bronca não bem recebida pela imaturidade? Quem não se lembra dos jeitos particulares e únicos de cada um lecionar? Quem não se lembra da rigidez cobrada para cumprimento do respeito mútuo?
Aos mestres agradeço pela luta diária, pela motivação não monetária para exercer com profissionalismo da melhor forma.
Os professores nos apresentaram matérias que muito usaremos na vida e outras lições que não estavam incluídas nos livros.
Sou grata e honrada pelos professores que tive, pelos ensinamentos que colhi e pela certeza da contribuição árdua desses profissionais para mudanças significativas e cumprimento da frase tatuada na nossa bandeira: Ordem e Progresso”.
(*)Luzedna Glece
Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.
Coluna Educação com Luzedna Glece(*) – 09.10.2022 – Outubro: Mês das crianças… mês dos mestres!
Por Luzedna Glece
Outubro: Mês das crianças… mês dos mestres!
Durante esse mês, o tema inclusão muito tem sido debatido nas escolas, famílias e nos demais âmbitos da sociedade. Orgulhosamente, tenho recebido de várias pessoas seguidoras da coluna, sugestões de temas e a manifestação de entusiasmo sobre esta coluna em um jornal tão respeitado como O Folha Contagem.
Recebi da senhora Maria Geralda Marques Veríssimo, vereadora da cidade de Piedade dos Gerais e ex-diretora da Escola Estadual Padre Pedro Thysen, um texto escrito por ela sobre o tema inclusão. Afirmo, se tratar de uma profissional séria, ética e preocupada com as questões sociais da sua cidade, do nosso estado e país. Convido a todos a lerem com bastante atenção o texto enviado e formulado de maneira inteligente e perspicaz.
Sobre muros e gente
Autora: Maria Geralda Marques Veríssimo
Vereadora da cidade de Piedade dos Gerais e ex-diretora da Escola Estadual Padre Pedro Thysen
“Há alguns dias participei de uma festa beneficente em uma fazenda linda. Algumas coisas chamaram a minha atenção, dentre elas a harmonia entre plantas e pedras. Mas sobre isso falaremos depois. Por agora basta-nos o muro de pedras. Basta-nos pela sua imponência, sua força leve e pela perfeição com que foi construído. Não sei se você já parou para observar um muro de pedras. Como é interessante como cada uma se encaixa, permitindo que a outra, independente da sua forma e do seu tamanho, exerça a sua função para a sustentação do todo.
Ali, na construção do muro, ninguém fala em INCLUIR uma pedra. Não é preciso incluir porque ela nunca foi excluída. Fala-se em encontrar o melhor lugar para que ela faça a diferença, sem chamar a atenção para ela. Não há nenhuma necessidade. Ninguém para e tira foto da pedra, e sim do muro.
Na construção, o pedreiro simplesmente sente onde a pedra será útil e a encaixa. Simplesmente a encaixa. Sem pretensão de torná-la melhor. Ela já é boa do jeito que é. Só precisa de ser vista e inserida. Mas ele, o pedreiro, só faz isso com perfeição porque se preparou para a construção.
É preciso preparar-se. Percebe? Incluir pessoas não é tão diferente.
É preciso preparo e aceitação. Principalmente dos PRE conceitos (reforço da ideia) mais íntimos. É preciso de disponibilidade para despir-se das vaidades, dos “acertísmos” e estar pronto para aprender.
Milagres podem até existir, mas é preciso querer que eles aconteçam e ESTAR PRONTO para quando aconteceram saber o que se faz com eles.
A pedra, aquela do muro, era só a pedra. Pesada. A que faz tropeçar. A que fica no meio do caminho…
O pedreiro… Ah, o pedreiro…”
Concluindo temporariamente o assunto sobre inclusão, reforço que apesar de muito termos avançado sobre a importância do INCLUIR, ainda muito temos que avançar. Ações governamentais tornam-se extremamente necessárias para um crescimento maior. Talvez o grande segredo da inclusão é respeitar o que cada um traz de positivo para a construção de algo maior (o muro). Que jamais ressaltemos em nossas crianças e adultos, aquilo que os fazem sentir menos capazes, ou sem um lugar a ocupar (a pedra). Enfim, o padrão que se deseja para inserir as crianças com dificuldades e/ou distúrbios nos ambientes escolares e na sociedade de forma geral, vem evoluindo com muita luta e trabalho de pessoas estudiosas e humanas, que objetivam trazer a dignidade para essas pessoas que clamam pelo seu espaço nessa sociedade tão egoísta e pouco preparada para a diversidade.
Faça a sua parte! Entusiasme seus companheiros a fazerem o mesmo! Façamos juntos a diferença na vida dessas famílias.
(*)Luzedna Glece
Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.