COLUNA EDUCAÇÃO – 14.07.2024 – Devo estudar ou descansar nas férias de julho?

Estamos nos aproximando do período de férias e nessa época é comum que os alunos tenham dúvidas sobre o que fazer com esse tempo livre. Estudar nas férias de julho ou descansar para estar pronto para o segundo semestre? Existem argumentos a favor de ambos os casos, mas estamos aqui para mostrar a importância de não descuidar dos estudos enquanto descansa o corpo no período de férias.

Quem está se preparando para o vestibular sabe que não tem tempo a perder. As férias de julho são o momento ideal para rever aqueles conteúdos que foram motivo de problema ao longo do ano e recuperar o tempo perdido. É a hora de matar aquelas dúvidas que podem se tornar problema lá na frente e não se descuidar e nem perder o ritmo.

Combine estudo e lazer nas férias de julho

Não é preciso manter a rotina de estudos dura dos dias comuns, mas deixar para voltar a estudar apenas quando as aulas recomeçarem pode ser um problema. O ideal é mesclar hábitos de estudo e lazer de forma que a disciplina dos dias comuns não seja perdida. Manter horários para acordar, fazer as refeições e ler um pouco do conteúdo estudado para revisar o que foi aprendido é uma boa forma de concatenar a diversão das férias com as responsabilidades.

Dá para viajar, sair com os amigos e pegar uma praia, desde que você não se esqueça dos seus objetivos. Entrar cansado no próximo semestre não dá, mas esquecer completamente do vestibular também não é uma boa ideia.

Faça uma autoavaliação honesta

Saber quanto tempo vai ser necessário dedicar aos estudos nas férias de julho vai depender de cada aluno. Nessa hora é preciso avaliar com honestidade o próprio desempenho. Se o aluno se sente confortável com os resultados obtidos até então e acredita que está em dia com a matéria, o caminho é aproveitar o descanso para fazer uma boa revisão.

Priorizar as matérias em que você tem mais dificuldade é essencial. Faça uma listagem do que foi aprendido e foque naquilo em que obteve resultados insatisfatórios. Divida o conteúdo que precisa ser revisto ao longo das semanas de folga e crie um cronograma realista para passar por ele sem problemas ao longo desse tempo. Separe também um tempo para descansar.

Mantenha-se ativo incluindo programas culturais na agenda

Uma forma de aliar estudos e lazer no período de férias é programar uma agenda cultural atrativa, que inclua a visita a bibliotecas e museus de sua cidade ou do destino para o qual vai viajar. Assim, os alunos podem continuar aprendendo sem ficarem presos à rotina de livros e exercícios na mesma intensidade do período letivo.

É possível relaxar enquanto aprende mesmo se não estiver planejando nenhuma viagem! Crie uma lista de filmes e livros que sempre quis ler para revisar conteúdos de história e geografia. Esses conteúdos audiovisuais ajudam a reforçar o entendimento do aluno enquanto divertem.

Aproveite o período para fazer aulas particulares

Quem tem enfrentado dificuldades pode usar o tempo das férias para adquirir ajuda de um tutor e aproveitar esse tempo livre para resolver o que ficou para trás. Durante o período de férias, muitas instituições e professores particulares aproveitam o interstício para oferecer cursos modulares e aulas de reforço que podem ser uma mão na roda para quem não está seguro quanto ao que aprendeu.

O que não dá é para continuar a rotina de seis ou oito horas de estudo por dia, pois o corpo e a mente precisam descansar. Caso opte por fazer aulas neste período, faça em um intervalo menor e aproveite o tempo livre para curtir com seus amigos. Assim, dá para aliar descanso e estudos e voltar com tudo em agosto, pronto para o vestibular.

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

COLUNA EDUCAÇÃO – 30.06.2024 – Hiperconectividade: desafio ou poder da geração Alpha?

Por JACQUELINE VARGAS – Psicanalista com abordagem para a adolescência e pós-graduada em Filosofia, Psicanálise e Cultura. Também é autora do livro juvenil “A arte de cancelar a si mesmo” e roteirista vencedora do Emmy Awards com “Malhação – Viva a Diferença

Qual adulto diante de um enigma tecnológico não recorreu ao jovem mais próximo? Afinal, “eles já nasceram com o celular”!. Depois de 2010, os sucessores da geração Z e dos Millennials nasceram hiperconectados. Reza a lenda que os Alphas serão mais seletivos no consumo das redes sociais, escolhendo melhor o que será exibido em suas telas. No entanto, as telas seguirão como um espelho mágico – o Big Brother particular. Esta geração tem sobre si um grande olho que comporta muitos olhares. São vários reflexos e modelos para seguir – então qual escolher? E como isso impactará na individualidade desses jovens?

A contemporaneidade é baseada em excessos. Hoje tudo é demais. A compulsão pelo concretizado, sem considerar o processo necessário, é uma face do imediatismo dessa abundância. A resposta da performance tem que ser rápida, sem reflexão.

Ao mesmo tempo em que os Alphas conseguem “surfar” tranquilamente nas mudanças e novidades tecnológicas, essa quantidade de possibilidades dificulta o foco e a concentração. É um pouco de tudo e muito de nada.

Inclusive a curadoria aprimorada dessa geração serve para quê? Entender melhor o que deve ser copiado? Escolhido passivamente? Os avatares, filtros e outras ferramentas utilizadas pelas gerações anteriores, podem até ter a cara limpa dos Alphas como substituto, mas a falta de “cara” poderá ser a maior substituição. Afinal, em uma sociedade que preza o êxito independente dos meios, ser o que se espera é menos arriscado.

O receio do erro, a irritabilidade, a ansiedade e a hipocondria são alguns dos sintomas do hiperconectado. Muitos Alphas foram colocados diante de uma tela ainda bebês. Alguns viram a natureza somente por um tablet. Outros só se relacionam no digital. Só que um dos fatores fundamentais para a construção do sujeito é sua interação (presencial) com o próximo. Este será o grande desafio da nova geração.

Ou seja, se por um lado, a tecnologia auxilia positivamente no desenvolvimento da geração, com maior adesão ao novo e adaptabilidade ao mundo, incentivando-os a gerarem mudanças significativas na sociedade, por outro, essa realidade tão conectada pode gerar dificuldade de concentração, ansiedade, menor tolerância à espera e frustração.

É aqui que o papel da escola é ainda mais importante: aproveitar o que a tecnologia tem de melhor, para minimizar tais efeitos. Ao disponibilizar soluções educacionais que desenvolvam as habilidades socioemocionais, por meio do ensino interdisciplinar STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática), por exemplo, as instituições propiciam um ambiente para o fortalecimento de competências como: comunicação, colaboração, criatividade, confiança e resiliência.

Desta forma, é possível fortalecer o protagonismo dos alunos, onde passam a ser autores do conhecimento e o professor passa a ser um mediador dessa jornada, fazendo com que as crianças vivenciem e reflitam sobre o que estão aprendendo.

O fato é que cada geração precisa de uma atenção específica e, por isso, é importante que as escolas estejam atentas à essas necessidades para formar os cidadãos do presente e do futuro, apoiando-os da melhor forma possível na jornada de ensino-aprendizagem.

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

COLUNA EDUCAÇÃO – 16.06.2024 – A escola que eu quero

Por Wania Emerich Burmester – Mestre em Psicologia da Educação com ênfase na Ciência Cognitiva e Especialista Pedagógica do Sistema Positivo de Ensino
Em uma sociedade tão diversa como a que estamos inseridos, pensar em inclusão na escola é assunto urgente, necessário e inegável. Historicamente falando parece que não conseguimos exercitar nosso olhar para o diferente, para o outro que não se adequasse a padrões pré-estabelecidos com “normais”, convencionais. Pessoas que trazem em suas características físicas ou fisiológicas ou emocionais atípicas, sempre foram levadas a um lugar de exclusão, segregação.
Quando educamos as crianças e adolescentes, o grande desafio é torná-los capazes o suficiente para viver em sociedade, com autonomia. E como fazer isso com todas as particularidades, peculiaridades referentes a condição de cada um?
Penso que a escola, enquanto instituição formal, tem como objetivo primordial, ENSINAR. Ensinar não quer dizer ensinar alguns, nem apresentar conteúdos de determinada forma e cada aluno que se organize para aprender. Ensinar é oportunizar uma diversidade de meios pelos quais todos os alunos atinjam a aprendizagem. O professor precisar buscar os melhores recursos para atingir seu objetivo. Mesmo que precise trazer recursos diferentes para o mesmo assunto.

Paremos para refletir um pouco:
Imaginem se um médico tivesse como objetivo curar só alguns pacientes. Como ficariam os outros? Imaginem um engenheiro civil que tenha como objetivo que só alguns de seus projetos sejam sólidos e permaneçam em pé. Como ficariam os outros?

Tomemos agora o exemplo do professor:
O papel do professor é o de encantar seus alunos, é criar possibilidades de aprendizagem, é verificar se seus alunos aprenderam para, se necessário, criar novos recursos (e) para garantir que todos aprendam de forma saudável, feliz e significativa.
Portanto, o trabalho do professor e papel da escola são coerentes na medida em que trabalham sob a perspectiva inclusiva. Falar em PEI, adaptações, sala de recursos é reforçar a demanda de que todos merecem uma aprendizagem carregada de sentido.
Fico me perguntando, por que alguém que escolhe ser professor, fica questionando a necessidade de adaptar o material para determinado aluno. Escolher ensinar e não se propor a ver o brilho nos olhos da aprendizagem acontecendo, se distancia cada vez mais do propósito da educação. O professor que não se debruça sobre as possibilidades para atingir a todos perde a parte mais linda da sua profissão. Perde a mágica que é a transformação que a aprendizagem faz na vida de uma pessoa.
Minha formação inicial já foi em Educação, comecei pelo Magistério, cursei Pedagogia, depois pós-graduações, mestrado e agora o doutorado, sempre acreditando na educação para todos.
Todo professor deixa marcas na vida de seus alunos. As marcas podem ser positivas, aquelas que ao lembrar do professor, imediatamente sorrimos, um calor aconchegante nos toma por completo, são os professores que não mediram esforços para ensinar. Mas também têm aqueles que quando lembramos, sentimos um frio na espinha, sensação de medo, de mal-estar. São aqueles professores que apenas cobraram respostas, que deram nota e não te avaliaram, são aqueles que não caminharam junto. Precisamos escolher quais marcas queremos deixar em nossos alunos.
Sendo assim, pensando em trajetória escolar, em direito a educação para todos, é preciso humanizar nossas relações, olhar para os alunos e ter a sensibilidade de perceber o que eles já sabem e o que precisam aprender. Quais habilidades ainda precisam ser desenvolvidas? E para isso, não precisamos de PEI, nem de atividades adaptadas. Precisamos de bom senso, de responsabilidade e ética.
Receber os alunos sem discriminação, desafiá-los para a buscar mais, acompanhar e estar presente, avaliar de forma justa e verdadeira, isso é ser professor, e para isso, não precisamos de um programa de inclusão, de leis, nem de um monte de protocolos. Precisamos de ação, de atitude , de conhecimento!!
Quando os professores voltarem a ser professores teremos a escola inclusiva que todos sonhamos!

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

COLUNA EDUCAÇÃO – 09.06.2024 – Aluno que processou professor por ter tomado celular em sala de aula perde causa na justiça

O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal de Tobias Barreto, no interior do Sergipe, julgou improcedente um pedido de indenização que um aluno pleiteava contra o professor que tomou seu celular em sala de aula.

De acordo com os autos, o educador tomou o celular do aluno, pois este estava ouvindo música com os fones de ouvido durante a aula.

O estudante foi representado por sua mãe, que pleiteou reparação por danos morais diante do “sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional”.

Na negativa, o juiz afirmou que “o professor é o indivíduo vocacionado a tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe”. O magistrado se solidarizou com o professor e disse que “ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma”. Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno descumpriu uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de celular durante o horário de aula, além de desobedecer, reiteradamente, o comando do professor.

Ainda considerou que não houve abalo moral, já que o estudante não utiliza o celular para trabalhar, estudar ou qualquer outra atividade edificante.

E declarou:

“Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os reality shows, a ostentação, o ‘bullying intelectivo’, o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectivamente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”.

Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor. “No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro HERÓI NACIONAL, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor.”

Isto deveria ser lido em todas as salas de aula do Brasil!!!! Aliás, por todos os brasileiros!!!

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.